Avicultura

Avicultores fazem campanha para acabar com mito dos hormônios

Pesquisa encomendada pela União Brasileira de Avicultura (Ubabef), que abordou hábitos de consumo do brasileiro, mostrou que 72% da população acredita que hormônios sejam utilizados na criação de frangos


Publicado em: 11/02/2014 às 16:00hs

Avicultores fazem campanha para acabar com mito dos hormônios

Por esse motivo, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Dipoa/Mapa) autorizou que empresas produtoras de carne de aves que possuem o registro do Serviço de Inspeção Federal (SIF) insiram no rótulo a informação sobre a não utilização de hormônios durante a criação de aves. O presidente da Associação Goiana de Avicultura (AGA), Uacir Bernardes, diz que “a decisão reforça uma campanha dos produtores que já é desenvolvida em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte e que agora será estendida para todo o País”.

Uacir esclarece que “o desenvolvimento do frango está baseado nos pilares: nutrição, melhoramento genético, construção e manejo adequados”. Destaca que a legislação brasileira proíbe a utilização de hormônios em qualquer tipo de criação. Além disso, ele lembra que “o Brasil é o maior exportador mundial de frangos, negocia com mais de 170 países e cumpre as legislações sanitárias mais exigentes do mundo”. Fala que com todo esse potencial “a avicultura brasileira não ia correr esse risco de sofrer retaliações por estar descumprindo a lei”.

Ele diz que é importante a nova rotulagem para colaborar com a desmistificação da ideia do frango com hormônio. Ele considera que essa lenda surgiu do fato do frango de granja estar pronto para o abate em 45 dias contra a média de quatro meses que leva o frango caipira. Mais uma vez reforça que o desenvolvimento do frango de granja se baseia em pesquisas de melhoramento para atender a demanda crescente do mercado, mas tudo feito dentro da legalidade e sem adição de produtos químicos proibidos.

Divisor de águas

Segundo o diretor substituto do Dipoa, Leandro Feijó, esta autorização se constitui em um “divisor de águas” para o setor: “os consumidores precisam ser informados adequadamente e ter a segurança de que não existe este procedimento no País, considerando os avanços e investimentos realizados pelo setor produtivo de aves para aprimoramento da genética, nutrição e manejo desses animais”, destaca.

As empresas poderão utilizar a seguinte frase: “sem uso de hormônio, como estabelece a legislação brasileira”. A informação é de caráter facultativo, sendo que a empresa deverá atentar para a inserção da mesma no painel secundário da embalagem, conforme disposto na Instrução Normativa nº 22/2005 em seu item 2.18.3.

Consumidores desconfiados

Consumidores de frango de granja ouvidos pela equipe de reportagem do Diário da Manhã disseram acreditar que as granjas utilizam hormônio ou declararam desconhecer o assunto. Todos eles comem frangos de granja, mas muitos com desconfiança. O garçom Jeová da Silva Dias é um desses exemplos, “eu como, mas sei que tem hormônio porque todo mundo fala que tem.”

Já seu colega Rui Guedes, 49 anos, é mais enfático na sua resposta e diz que “já vi muita reportagem que fala que a ração é composta com hormônio para aumentar o peso e para ele desenvolver mais rápido”. Ele acha que “se deve comer menos frango para diminuir os malefícios”. Já a dona de casa Laís Carvalho Silva diz que adora comer frango de granja e que “nunca ouvi falar nesse tal de hormônio”.

Morador da cidade de Barra do Garça, no Mato Grosso, o almoxarife Leonardo Evangelista Aires, 23 anos, também é um apreciador de frangos e sobre o hormônio diz que “nunca ouvi falar nisso”. A dona de casa Eva Moura, 47 anos, defende que se coma frango com parcimônia. Diz que “já ouvi falar que tem hormônio e acredito porque ele é criado muito rápido”. Ela dá uma pausa e completa, “tenho medo! E por isso acho que temos que comer menos”, finalizou.

Fonte: Diário da Manhã

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