Publicado em: 02/12/2025 às 09:30hs
Com a proximidade das festas de fim de ano, o consumo de aves como frango, peru e chester aumenta significativamente nas mesas e supermercados brasileiros. A tradição das ceias natalinas movimenta o setor, impulsionando desde os produtores rurais até o varejo alimentar.
Entretanto, o aumento da demanda também exige atenção redobrada à procedência e à qualidade dos alimentos. De acordo com o especialista Rodrigo Gaio, da Soma Solution, é essencial que o consumidor priorize produtos certificados e rastreáveis, garantindo segurança em todo o processo — do abate ao consumo final.
“A carne de aves é uma tradição na mesa do brasileiro, mas precisa ser consumida com segurança”, reforça Gaio.
Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o Brasil abateu 6,46 bilhões de frangos em 2024, crescimento de 2,7% em relação a 2023.
A produção de carne de frango deve alcançar 14,2 milhões de toneladas em 2025, com consumo per capita estimado em 46,6 quilos por habitante.
Os números reforçam a importância de manter padrões rígidos de qualidade e inspeção, já que o aumento da produção amplia também os riscos de contaminação por resíduos e impurezas.
Para garantir a inocuidade dos alimentos, empresas certificadas adotam processos rigorosos de inspeção sanitária, codificação e rastreabilidade.
Esses sistemas permitem identificar informações detalhadas, como origem, lote, local de abate e transporte, o que aumenta a confiança do consumidor e assegura que os produtos sigam normas de bem-estar animal e qualidade industrial.
“A rastreabilidade oferece confiança ao consumidor e assegura que as aves foram criadas e processadas dentro dos padrões de qualidade”, explica Gaio.
O especialista destaca que, atualmente, muitas indústrias utilizam códigos únicos e sistemas digitais, capazes de monitorar todas as etapas da produção em tempo real — uma inovação que eleva o padrão de controle e reduz o risco de falhas.
Entre as principais ferramentas utilizadas pelas indústrias está o Raio-X industrial, equipamento desenvolvido para detectar corpos estranhos com menos de 1 milímetro.
A tecnologia identifica fragmentos metálicos, vidro, cerâmica, plásticos densos e pedras, assegurando que nenhum contaminante físico chegue ao consumidor. Os equipamentos são instalados em pontos estratégicos da linha de produção, como após a desossa e antes da embalagem.
“Quando um contaminante é detectado, o sistema automaticamente rejeita o produto não conforme, preservando a integridade da marca e a segurança do consumidor”, detalha Gaio.
Outro destaque são os detectores de metal da linha Soma Inspection Solution, que realizam inspeções detalhadas em toda a cadeia produtiva. Os sistemas possuem mecanismos de rejeição automática, descartando itens fora do padrão.
Essas tecnologias evitam que fragmentos perigosos, como pregos, parafusos ou ossos pontiagudos, cheguem ao consumidor e causem lesões ou engasgos, reforçando a importância da inspeção industrial contínua.
Além de representar um compromisso ético com o consumidor, a utilização de sistemas de detecção e inspeção é também uma exigência legal.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determina, por meio da RDC nº 14/2014 e da RDC nº 632/2022, a obrigatoriedade de mecanismos de controle e rastreabilidade capazes de assegurar a inocuidade dos alimentos.
Empresas que seguem normas internacionais, como BRCGS, IFS Food e FSSC 22000, também precisam comprovar o uso de sistemas de detecção e rejeição de contaminantes físicos.
“Em um mercado cada vez mais exigente, investir em rastreabilidade e inspeção não é apenas uma questão de conformidade, mas de respeito a quem está do outro lado da mesa”, conclui Gaio.
Com o aumento do consumo de aves no fim do ano, cresce também a necessidade de vigilância e responsabilidade na escolha dos produtos.
A combinação entre rastreabilidade, inspeção automatizada e conformidade regulatória garante mais segurança ao consumidor e fortalece a imagem das marcas comprometidas com a qualidade.
Em um cenário de consumo crescente, o desafio do setor é manter a produtividade aliada à segurança alimentar, assegurando que cada ave que chega à mesa do brasileiro tenha origem confiável e controle total de qualidade.
Fonte: Portal do Agronegócio
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