Publicado em: 05/08/2024 às 19:00hs
A piscicultura brasileira teve um primeiro semestre de destaque, tanto em produção quanto em exportação, beneficiando-se também de um abastecimento regular do mercado interno. Esse cenário reafirma a tendência de crescimento do setor, conforme observado nos últimos dez anos pela Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR). "Observamos um aumento na oferta de peixes em todas as regiões, com boa remuneração ao produtor e custos estáveis. Em média, um quilo de tilápia comprou mais de três quilos de ração", explica Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR.
Segundo Medeiros, a produtividade elevada no primeiro semestre está ligada ao maior alojamento de alevinos no final de 2023. "As exportações também têm sido uma surpresa positiva. O acumulado do primeiro semestre já representa 96% da receita de todo o ano passado." Esses dados são do Informativo do Comércio Exterior da Piscicultura, elaborado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em parceria com a Peixe BR.
A estabilidade nos custos de produção foi fundamental para o bom desempenho econômico dos produtores. Com valores abaixo da média histórica, a ração, que representa cerca de 70% dos custos, compensou a redução no preço pago ao piscicultor pela tilápia. Entretanto, houve aumento em alguns insumos, como energia elétrica, especialmente no Paraná, além de transporte e mão de obra. "Também enfrentamos alguns desafios sanitários no cultivo em tanques, o que elevou os custos com medicamentos e aumentou as taxas de mortalidade em certos momentos", informa Medeiros.
Os indicadores do Centro de Estudos em Economia Aplicada (Cepea) apontam para uma recuperação nos preços da tilápia nas principais regiões do Brasil, especialmente nas últimas semanas de agosto. "Essa recuperação ocorre devido ao final do inverno e ao aumento das temperaturas, o que também eleva o consumo. Por isso, estamos confiantes de que o segundo semestre será igualmente positivo para a piscicultura", completa Medeiros.
"A gestão cada vez mais profissional tem permitido que a piscicultura apresente as maiores taxas de crescimento entre todas as proteínas animais. O consumo per capita ainda é baixo, mas cresce anualmente. A tilápia se destaca no mercado, mas os peixes nativos também têm um enorme potencial de crescimento", conclui Medeiros.
Fonte: Portal do Agronegócio
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