Com cinco anos de atividade na produção de peixes, os cooperados sentiram a necessidade de repensar os rumos da entidade e solicitaram o apoio da CATI, que organizou a oficina em quatro módulos. As atividades iniciaram em 16 de agosto e terminaram em 13 de setembro de 2013.

No decorrer das atividades, os cooperados tiveram oportunidade de discutir amplamente sobre as dificuldades que a organização enfrenta na condução de seus trabalhos, bem como as oportunidades existentes e que poderiam ser utilizadas para alavancar a produção e possíveis alternativas de verticalização. De forma dinâmica e estimulando sempre a manifestação dos participantes, os instrutores contribuíram para a elaboração de um plano de trabalho para ser colocado em prática a curto, médio e longo prazo, com metas e atividades a serem buscadas pelos cooperados.

O presidente da COODESPI, Francisco Roque Rodrigues, agradeceu aos técnicos da CATI pelo apoio que sempre deram para cooperativa. “Sem dúvida alguma a realização dessa capacitação irá fortalecer muito os trabalhos do grupo”. Já o cooperado Vinicius Caparroz Bueno acredita na importância da realização da oficina e vai além: “Essas reuniões deveriam continuar acontecendo mensalmente, para que os cooperados estejam sempre discutindo o destino da entidade”. Para o atual tesoureiro, Moisés José Teixeira, o trabalho em grupo é ideal já que cada um procura cumprir com suas obrigações e auxilia os companheiros quando em dificuldade. “Espero que daqui para frente a Cooperativa possa crescer cada vez mais e atingir seus objetivos”.

Para Fernando Jesus Carmo, da CATI Regional de Jales, o entusiasmo dos cooperados é o principal fator que contribui para o fortalecimento e o crescimento da cooperativa e da piscicultura na região. Já João Batista Ferreira, também da CATI Jales, a importância das atividades participativas, torna os participantes protagonistas de uma nova realidade. “Os envolvidos passam a participar no momento que descobrem que tudo acontece devido ao trabalho em equipe e que toda ação é bem sucedida porque as decisões deliberadas são discutidas em um ambiente de observação e não de críticas”

A socióloga Rute Bernardo, da Casa da Agricultura de Aspásia, destacou as políticas públicas voltadas para as formas associativistas e cooperativistas da agricultura familiar. “É através de programas e projetos governamentais que as organizações de produtores rurais são apoiadas. Temos o Programa Paulista de Agricultura de Interesse Social - PPAIS, que visa aquisição de produtos da agricultura familiar para órgãos públicos do Estado de São Paulo, o Programa de Aquisição de Alimentos - PAA, que adquire produtos da agricultura familiar e realiza doações para instituições assistenciais e o Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE. É disponibilizado também o Projeto de Desenvolvimento Rural Sustentável “Microbacias II – Acesso ao Mercado” que apoia as associações e cooperativas de agricultores na implantação de infraestrutura para beneficiamento e comercialização, bem como melhores condições de produção”.

COODESPI

A COODESPI surgiu de um trabalho de capacitação para a atividade de piscicultura, realizado nas Unidades Demonstrativas de piscicultura em tanques redes implantadas na Região Noroeste do Estado. Envolve trabalhadores e produtores rurais dos municípios de Nova Canaã Paulista, Rubinéia, Santa Clara D’Oeste, Santa Fé do Sul, Santa Rita D’Oeste e Três Fronteiras.

Essas Unidades foram instaladas com recursos financeiros do Ministério da Pesca e Aquicultura, com orientação dos técnicos da CATI e das Casas da Agricultura dos municípios envolvidos, apoio do Consórcio Intermunicipal de Piscicultura e das Prefeituras Municipais. Outros parceiros importantes foram: a Agência de Pesquisa do Agronegócio Paulista, o Instituto de Pesca e a Universidade Estadual Paulista - Campus de Jaboticabal.

Cerca de 300 pessoas entre produtores rurais, pescadores, diaristas e técnicos passaram pelas atividades do Programa de Capacitação, elaborado para as Unidades Demonstrativas. Do total de participantes, 122 participaram de mais de 75% das atividades programadas e ao término da atividade fundaram a Cooperativa de Piscicultores de Santa Fé do Sul e Região, no dia 14 de novembro de 2007.

Atualmente a Cooperativa têm em seu quadro social 39 piscicultores e uma produção de aproximadamente 15 toneladas por mês de Tilápia, que são comercializadas para atacadistas, frigoríficos e peixarias da região. O resultado obtido com a produção de peixes vem sendo reaplicado no aumento da produção. Foram adquiridos 18 tanques redes com 18m³ cada.