Aquicultura e Pesca

Assistência Técnica Impulsiona a Piscicultura Ornamental na Zona da Mata

Com foco no desenvolvimento sustentável, programa do Sistema Faemg Senar atende 89 produtores na região, elevando a qualidade e a produtividade da atividade


Publicado em: 15/10/2024 às 10:00hs

Assistência Técnica Impulsiona a Piscicultura Ornamental na Zona da Mata

A piscicultura ornamental no Brasil, um setor com grande potencial, é predominantemente concentrada na Zona da Mata de Minas Gerais, onde aproximadamente 70% da produção nacional é realizada em oito municípios. Para aprimorar tanto a produção quanto a gestão dessa atividade, o Sistema Faemg Senar implementa três grupos do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) voltados à Piscicultura Ornamental, beneficiando 89 produtores da região.

As localidades atendidas incluem Patrocínio do Muriaé, Vieiras, Eugenópolis, São Francisco do Glória, Pedra Dourada, Miradouro, Tombos, Barão de Monte Alto e Fervedouro, com o apoio dos Sindicatos de Produtores Rurais de Muriaé, Miradouro, Patrocínio do Muriaé e Eugenópolis. Destaca-se que 82% dos participantes são pequenos produtores que dependem da mão de obra familiar, refletindo a predominância de agricultores familiares, que representam mais de 90% da atividade, segundo a Associação PEIXE-MG.

Paula Lobato, analista de assistência técnica e gerencial do Sistema Faemg Senar, enfatiza a importância do acompanhamento oferecido, que é essencial para o desenvolvimento sustentável e eficiente da piscicultura ornamental. “O aumento da produtividade é notável, pois proporcionamos acesso a conhecimentos especializados sobre práticas de manejo, como alimentação, reprodução, controle de qualidade da água e manutenção de tanques, assegurando uma produção mais eficiente, minimizando perdas e maximizando ganhos econômicos”, explica.

Um exemplo do impacto positivo do programa é o produtor Daniel Fernando de Oliveira, de Miradouro, que relata avanços significativos em sua produção após receber assistência técnica. “No ano passado, enfrentei dificuldades relacionadas à alimentação e à sobrevivência dos peixes durante o inverno. Neste ano, consegui manter todos os meus peixes armazenados nas caixas, sem perdas, e com uma qualidade de água que eu nunca imaginei ter”, celebra. Agradecendo ao programa, Daniel destaca que a melhoria na saúde e na qualidade dos peixes resultou em vendas mais competitivas: “Tenho um bom padrão para oferecer aos meus clientes”.

Além de beneficiar os produtores, o ATeG Piscicultura Ornamental também traz vantagens para os consumidores, como ressalta Paula. “O mercado de peixes ornamentais é extremamente exigente quanto à aparência, cor, saúde e tamanho dos peixes. O suporte técnico especializado garante que a produção atenda a esses padrões de qualidade, elevando seu valor de mercado e competitividade”, afirma.

Produção e Regularização Sanitária

A região conta com cerca de 400 famílias envolvidas na piscicultura ornamental, gerando um faturamento superior a R$ 10 milhões anuais em Minas Gerais. Nos primeiros oito meses de acompanhamento, os produtores assistidos pelo ATeG conseguiram produzir e comercializar mais de 5 milhões de peixes, com um preço médio de R$ 0,92 por unidade. As espécies mais cultivadas na região incluem o betta, molinésia, guppy e plati.

Em setembro, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) publicou uma portaria que regulamenta a piscicultura ornamental no estado, estabelecendo requisitos e normas técnicas, com especial atenção às questões sanitárias. A coordenadora regional do IMA em Viçosa, Maria José Firmo, ressalta que a portaria visa promover boas práticas e biosseguridade na cadeia produtiva. “Estamos trabalhando no ordenamento da atividade, reunindo-nos com associações de produtores e buscando valorizar o trabalho realizado”, destaca. O próximo passo consiste em iniciar um trabalho educativo com os produtores, orientando-os nas adequações necessárias.

Fonte: Portal do Agronegócio

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