Publicado em: 21/07/2025 às 10:55hs
De acordo com estudo do IBGE, divulgado em 2023, a polinização animal foi responsável por 16,14% do valor total da produção agrícola e extrativista do Brasil. Esse percentual representa um avanço em relação a 1996, quando o índice era de 14,4%, e varia entre 5% e 25%, dependendo do grau de dependência das culturas.
A pesquisa aponta que, em 2023:
Na produção extrativista, a contribuição dos polinizadores saltou de 21,8% para 47,2%, sendo o maior crescimento proporcional registrado no período.
Em 2023, aproximadamente 19% dos municípios tinham mais de 25% do valor de produção impactado pela polinização animal, contra cerca de 15% em 1996. O Nordeste destacou-se nesse crescimento devido à predominância de cultivos permanentes altamente dependentes da polinização.
Entre os 67 produtos investigados, 52,2% apresentaram algum grau de dependência da polinização animal. Esse percentual foi de 31,2% nos cultivos temporários e 71,4% nos cultivos permanentes, majoritariamente frutas. No extrativismo, 39,3% dos produtos também dependem desse processo.
A área colhida por produtos com dependência modesta da polinização aumentou de 39% em 1975 para 53,5% em 2023. Por outro lado, a área dos cultivos sem dependência caiu de 53,4% para 43,8% no mesmo período. Entre os temporários, 54% da área cultivada pertence à classe modesta. Nas permanentes, essa classe ocupa 41,2% da área, enquanto os cultivos com dependência essencial representam 20,5%.
Em 2023, produtos dependentes da polinização animal corresponderam a 17,6% da quantidade produzida no país. A maior parte da produção em volume permanece concentrada em cultivos sem dependência (82,4%). No extrativismo vegetal, 41,2% da produção está nas classes de dependência alta e essencial.
O estudo reforça que a polinização animal é vital não só para a agricultura, mas para a manutenção dos ecossistemas. Leonardo Bergamini, analista do IBGE, alerta para as ameaças enfrentadas pelos polinizadores, como perda de habitat, uso de pesticidas, doenças, mudanças climáticas e espécies invasoras. A proteção desses agentes exige investimentos em pesquisa e estratégias eficazes.
O aumento da dependência da produção agrícola e extrativista brasileira da polinização animal evidencia a necessidade urgente de políticas de conservação dos polinizadores. Garantir a continuidade desse serviço é essencial para a sustentabilidade econômica e ambiental do país.
Fonte: Portal do Agronegócio
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