Apicultura

CNA aponta a necessidade de pesquisas para a identificação da mortalidade de abelhas

Restrições impostas pelo IBAMA ao uso de neonicotinóides, sem comprovações cientificas trarão perdas ao agronegócio brasileiro


Publicado em: 23/08/2013 às 14:00hs

CNA aponta a necessidade de pesquisas para a identificação da mortalidade de abelhas

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defende a realização de pesquisas conclusivas em relação à redução da população de abelhas, que provoca o desaparecimento de colmeias, num fenômeno conhecido como Desordem do Colapso das Colônias (DCC).  Em audiência pública promovida pela Comissão de Agricultura do Senado, o representante da CNA, Leonardo Machado, alertou que a causa da mortalidade das abelhas não está cientificamente comprovada.

A DCC ainda não é relevante no Brasil. Somos hoje o décimo-primeiro produtor mundial de mel e o quinto maior exportador do produto. De acordo com dados da CNA, os últimos números disponíveis revelam que a produção de mel cresceu 30% em 2010. Naquele ano, o país produziu 50 mil toneladas, doze mil a mais em comparação com o ano anterior.  

Segundo Leonardo Machado, as medidas tomadas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), restringindo a utilização dos neonicotinóides (agroquímico usado para combater pragas em lavouras de soja e algodão), podem trazer sérias consequências ao agronegócio brasileiro. Machado destacou que estas medidas do Ibama estão sendo adotadas sem os necessários fundamentos científicos que comprovem, de forma definitiva, a relação entre a mortalidade das abelhas e o uso desta importante tecnologia para o setor agrícola.

Machado apresentou alguns dados aos participantes do debate, mostrando as elevadas perdas financeiras que serão impostas aos produtores do país se as restrições do Ibama forem mantidas. Ele lembrou que, na cultura da soja, tais produtos são essenciais para o controle de percevejos. A CNA estima que a manutenção das restrições pode gerar perdas de aproximadamente R$ 6 bilhões por ano, se consideramos apenas o valor da produção agrícola.

Opções limitadas – Estudo da Embrapa, apresentado pelo representante da CNA, mostra que, no caso da soja, para o controle de percevejos, existem apenas duas opções: uma misturando dois químicos e outra, usando o acefato.  Perto de 30% do controle de percevejos na cultura da soja, no Brasil, é feito por meio de aplicação aérea de defensivos agrícolas, opção suspensa preventivamente pelo Ibama.

A CNA, assinala Machado, está preocupada principalmente com a cultura do algodão. É que a cotonicultura sofre com a elevada incidência de pragas,  em especial no período do florescimento e são poucas as opções para preservar as lavouras.

Europa e Estados Unidos - Segundo o representante do Ibama na audiência pública, Márcio Freitas, o fenômeno do colapso das colônias de abelhas (DCC) começou na Europa, em 1998, e nos Estados Unidos, em 2006. Freitas reconhece que nem toda redução da população de abelhas pode ser considerada uma DCC.

A Desordem do Colapso de Colônia, diz ele, tem características próprias, como a ausência de abelhas ou mortes na colônia, mas com a presença de crias e alimento.  

Mas Leonardo Machado insiste na tese de que o assunto precisa ser amplamente pesquisado, “devido à importância das abelhas (agente polinizador, além da produção de mel e cera) e à eficiência dos neonicotinóides para a produção agrícola brasileira.

Fonte: Assessoria de Comunicação CNA

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