A expansão da cadeia produtiva do mel no Pará vem atraindo o interesse de produtores e empresas de outros Estados, como Rio de Janeiro e São Paulo. Nos últimos 10 anos, a produção saltou de 50 para mil toneladas, e de 200 para 3 mil apicultores, que já começam a produzir, também, pólen e própolis. Com esse cenário favorável da apicultura no Estado, Belém será a sede do segundo maior evento mundial do setor. O Congresso Brasileiro de Apicultura e Meliponicultura será realizado de 5 a 8 de novembro, no Hangar Centro de Convenções da Amazônia.

Mais de 4 mil pessoas estão inscritas, entre produtores e especialistas, para discutir questões como a comercialização, tecnologia, manejo, sustentabilidade e as principais pesquisas sobre o tema. A Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri), que apoia o crescimento do setor, é a principal patrocinadora do evento.

Os investimentos no crescimento dessa atividade já permitiram a construção de 10 casas de mel, três usinas de cera alveolar, três fábricas de colmeias e três entrepostos para comercialização do produto, nos municípios de São João de Pirabas, Ourém e Viseu (no nordeste do Pará). Em fevereiro de 2015, mais uma casa de mel será inaugurada em Cachoeira do Piriá, na mesma região.

Equipamentos - A Sagri também auxilia a compra de equipamentos, como as máquinas de sachê para embalagem do mel, de decantação, extração e envasamento. Nas usinas, que funcionam em São João de Pirabas, Castanhal e Santa Izabel do Pará, são feitas a purificação, laminação e alveolação da cera, garantindo o aumento da produtividade.

Toda essa estrutura transformou a produção, antes rudimentar, e hoje 20% do mel produzidos no Pará são exportados para países da Amazônia Legal, como Bolívia, Venezuela e Colômbia. No período da entressafra, o Estado fornece em torno de 300 toneladas para empresas do sudeste do Brasil. O nordeste paraense é o principal produtor, mas a criação de abelhas já se expande para outras regiões, como o oeste e o sul do Estado.

A Associação dos Criadores Orgânicos de Abelhas de São João de Pirabas (Apsal) já começa a produzir pólen e própolis, vendidos no município e nas feiras de produtos orgânicos da capital. É o avanço da cadeia produtiva de um dos alimentos mais completos, usado há milênios na culinária e no tratamento de diversas doenças.