O aumento de receita efetivo das empresas exportadoras do setor

Absorver informações oficiais sem qualquer questionamento pode, às vezes, conduzir a grandes equívocos


Publicado em: 22/10/2013 às 18:30hs

O aumento de receita efetivo das empresas exportadoras do setor

Por exemplo: na última sexta-feira, 18, clipping publicado no AviSite observava que em setembro a receita obtida pela BRF com exportações aumentou 65% e que nos nove primeiros meses de 2013 essa receita mais do que dobrou, visto que de um ano para outro o índice de incremento ficou em 103,5%.

Mas essas informações, a despeito de constarem dos relatórios mensais da SECEX/MDIC, não são verdadeiras. Culpa de mudanças que, infelizmente, os computadores ainda não aprenderam a discernir.

Sintetizando, o que os computadores não discerniram foi a finalização do processo de incorporação da Sadia pela BRF, concluído só em 2013.

Ou seja: um ano atrás uma e outra empresa ainda aparecia isoladamente no rol das principais empresas brasileiras exportadoras ocupando, respectivamente, o 11º e o 12º lugares.

Portanto, o correto agora seria incorporar à receita anterior da BRF também a receita da Sadia. Mas, ineficiente, o computador não só eliminou a empresa absorvida como também ignorou a receita por ela obtida anteriormente. Daí os excepcionais índices apontados, todos falsos.

Na realidade, a receita cambial da BRF em setembro recuou mais de 13%, enquanto que nos nove primeiros meses do ano registra aumento de 2,6%.

Por sinal, o mesmo procedimento envolvendo BRF e Sadia deve, proximamente, alcançar JBS e Seara. Por ora elas aparecem isoladamente nos relatórios da SECEX/MDIC, ocupando respectivamente o 10º e o 19º lugar. Em breve, a segunda deve, como empresa exportadora, desaparecer. Com isso – e considerando a receita cambial atual – a JBS ascenderia para a sexta-sétima posição, ficando muito próxima da BRF.

No quadro abaixo, simulamos com a JBS (faturamento de US$2,5 bi neste ano) o mesmo procedimento aplicado à BRF. Como se constata, o índice de expansão de sua receita seria muito maior se a incorporação da Seara (que até setembro faturou pouco mais de US$1,1 bilhão) não fosse levada em conta.

Detalhe final: entre as 40 maiores empresas exportadoras brasileiras relacionadas pela SECEX/MDIC, as exportadoras de carne de frango estão agora resumidas a duas. Em um passado recente eram bem mais.

Fonte: Avisite

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