Publicado em: 27/09/2018 às 11:50hs
A avicultura brasileira espera confirmar neste semestre a reação esboçada por seus principais indicadores, recompondo parcialmente as perdas acumuladas ao longo da primeira metade do ano. Ainda assim, os dados de exportação e produção tendem a fechar no vermelho, muito embora em baixa menos pronunciada do que a observada nos primeiros meses do ano. "Foi um primeiro semestre de crise para o setor, com alta dos custos da ração, num momento de crescimento da produção, sobretudo em janeiro e fevereiro, e dificuldades para as exportações. Mas o cenário está um pouco melhor", resume Adolfo Fontes, analista sênior do Rabobank.
Na ponta das exportações, segundo Ricardo Santin, diretor executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o mercado já se adaptou às restrições criadas pela União Europeia. O bloco suspendeu as compras de 20 indústrias brasileiras, das quais 12 unidades da BRF, ao indicar a presença de salmonela em alguns embarques para a região. O setor também está se ajustando à mudança no protocolo do abate halal imposto neste ano pela Arábia Saudita, principal mercado de destino da carne de frango brasileira.
A indústria enfrentou ainda a imposição de tarifas antidumping temporárias pela China, variando de 18% a 38% conforme a empresa.
"Houve uma inflexão na curva de queda e as exportações tendem a voltar a crescer neste semestre, encerrando o ano com recuo de 1% frente a 2017, podendo até mesmo repetir os volumes do ano passado", arrisca-se Santin.
O fato é que as vendas externas, empurradas pela alta do dólar, retomaram em setembro níveis próximos a 400 mil toneladas mensais, acima da média de 330,0 mil toneladas registrada entre janeiro e agosto deste ano. No período, o país exportou 2,647 milhões de toneladas, em queda de 7,5% em relação aos oito primeiros meses do ano passado, com a receita caindo 13%, para US$ 4,183 bilhões.
Nas duas primeiras semanas de setembro, a média diária dos embarques, nos dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), subiu 13,4% em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda assim, o Rabobank considera a perspectiva de redução entre 8% e 10% para as exportações do setor.
Com capacidade para abater diariamente em torno de 180 mil aves em sua unidade de São Sebastião do Oeste (MG), a Avivar Alimentos reforçou suas apostas nas exportações como alternativa para lidar com as dificuldades enfrentadas por todo o setor neste ano, ainda que o mercado internacional tenha se mostrado igualmente desafiador, na descrição de Kendi Okumura, gerente de exportação da empresa. As vendas externas, que representaram 5% da produção em 2016, dobraram sua participação em 2017. "Em 2018, já exportamos 10% da produção", afirma ele. A Avivar exporta para Japão, Hong Kong, África do Sul, países da África Ocidental e da América Central.
Fonte: Avisite
◄ Leia outras notícias