Exportação agrícola dos EUA ao Brasil cai 16%

Dois dos principais produtores e exportadores mundiais de alimentos, Estados Unidos e Brasil, têm pouco intercâmbio nesse setor.


Publicado em: 19/02/2015 às 20:50hs

Exportação agrícola dos EUA ao Brasil cai 16%

Os norte-americanos terminaram 2014 com exportações recordes de US$ 150,5 bilhões em produtos agrícolas.

Pouca coisa veio para o Brasil. Conseguiram colocar o correspondente a US$ 1,4 bilhão em produtos agrícolas no mercado brasileiro.

Se somados outros itens relacionados à agricultura, como etanol e produtos florestais, essa soma vai a US$ 1,7 bilhão, 16% menos do que em 2013, segundo dados do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

E esse comércio entre os dois países só se tornou mais intenso devido à dificuldade dos argentinos em suprir o Brasil com trigo, como faziam há poucos anos.

Em 2014, as importações brasileiras do cereal somaram US$ 753 milhões, após terem atingido US$ 1,24 bilhão em 2013, segundo o Usda.

Esse foi o maior gasto brasileiro na lista dos produtos importados dos EUA. O Brasil comprou 2,5 milhões de toneladas de trigo em 2014 nos EUA, o que o colocou como o terceiro maior importador mundial do cereal dos norte-americanos, atrás apenas de Japão e México.

Esse volume representou 10% das exportações dos EUA, que somaram 25,4 milhões de toneladas no período, segundo o Usda. Em 2013, o Brasil era o segundo maior importador dos EUA desse cereal, com participação de 12% nas exportações do país.

O outro destaque das importações brasileiras foram as compras de etanol, que somaram US$ 266 milhões, o segundo item na lista.

Já o Brasil conseguiu no ano passado a maior receita financeira com as exportações para os Estados Unidos desde os anos de 1970. O período é longo, mas os números continuam curtos. As vendas externas nacionais somaram US$ 4,8 bilhões, 4% das importações dos norte-americanos no setor de produtos agrícolas e de outros itens relacionados à agricultura.

Dois produtos brasileiros são constantes na lista das importações do norte-americanos: café e produtos florestais. A liderança é do café, cujas receitas do produto em grãos foram de US$ 1,33 bilhão no ano passado. Já as vendas de café torrado, moído e solúvel somaram US$ 105 milhões.

Os produtos relacionados a floresta renderam US$ 839 milhões, vindo a seguir hortifrútis e sucos, que atingiram US$ 429 milhões.

Milho O Japão liderou as compras norte-americanas de milho no ano passado. O país asiático importou 12,5 milhões de toneladas do cereal, 91% mais do que em 2013. México e Coreia do Sul vieram a seguir.

Recuperação Os dados finais de 2014 indicam que os EUA voltaram a ocupar o espaço perdido nas exportações de milho no período da seca de há dois anos. As vendas totais do país somaram 49,5 milhões de toneladas, 107% mais.

Soja As exportações da oleaginosa também voltaram a se recuperar, com as vendas externas dos EUA subindo para 50,1 milhões de toneladas. China foi a líder nas compras, adquirindo 31,3 milhões. União Europeia e México vieram a seguir.

Frango O custo de produção do frango de corte teve alta de 6,23% no ano passado. Já os custos da produção de suínos tiveram variação de apenas 0,44% no período, conforme dados da Central de Inteligência de Aves e Suínos da Embrapa.

Safra Mato Grosso semeou 23% de área de milho, estimada em 2,8 milhões hectares. O levantamento é do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).

Atraso No mesmo período de 2014, o plantio já atingia 46% da área que seria destinada ao milho. Franciele Dal´Maso, da Aprosoja, diz que o clima atual contribui para a colheita da soja, o que facilita o plantio do milho.

Fonte: Folha de S. Paulo

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