Expoleite 2015 debate abertura de mercados

A Expoleite inicia, hoje, enfrentando pelo terceiro ano consecutivo as consequências das fraudes apuradas por mais uma etapa da Operação Leite Compensado, deflagrada pelo Ministério Público.


Publicado em: 29/05/2015 às 08:00hs

Expoleite 2015 debate abertura de mercados

Por isso, entre os objetivos da cadeia leiteira, estão a valorização do produto gaúcho e o desenvolvimento de uma política de incentivo à exportação que colaborem na recuperação do setor após seguidas quedas na demanda interna. A 38ª edição do evento acontece, concomitantemente com a 11ª Feira Nacional de Agronegócio do Sul (Fenasul), no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, até domingo.

"As fraudes trazem, como primeiro reflexo prejudicial, a imposição de uma agenda negativa, quando precisaríamos estar discutindo questões técnico científicas", destaca o presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês (Gadolando), Marcos Tang. Segundo a entidade organizadora do evento, o objetivo da programação é resgatar a confiança do consumidor sobre o leite gaúcho. "Se criou uma insegurança e o consumo retraiu. Mas 97% do leite gaúcho é fiscalizado diariamente. Então, vamos seguir focando em qualidade e no mercado", completa.

No decorrer da semana, serão realizados debates sobre os dois temas. O 5º Simpósio do Leite, por exemplo, abordará questões como rebanho, indústria, fiscalização e varejo. Na sexta-feira, será apresentado um censo do produtor leiteiro gaúcho. Enquanto isso, cerca de 400 alunos de escolas da região devem passar pelo Mundo do Leite, apresentação sobre todo o processo produtivo da cadeia, com direito a degustação de alimentos lácteos. Os visitantes também poderão conhecer os quase 160 animais inscritos, principalmente da raça Holandesa. A estimativa é de que R$ 1 milhão em negócios sejam gerados.

O setor congrega cerca de 134 mil produtores e mais de 100 indústrias, representando 7% do PIB gaúcho. São produzidos cerca de 12 milhões de litros diariamente, sendo que 4 milhões são consumidos no Estado. De acordo com Tang, apenas 5% é exportado para outros países, com destaque para a Venezuela. "No Brasil, nosso grande comprador é São Paulo, mas não podemos depender de um só. Também precisamos de apoio das autoridades políticas e capacitação das indústrias para facilitar negócios internacionais", afirma. Dentro do País, o objetivo é aumentar o consumo per capita, que hoje é de 172 litros, mesmo com a Organização Mundial da Saúde recomendando 200 litros.

Atualmente, o preço pago ao produtor está em torno de R$ 0,90 o litro, mas a expectativa é de recuperação nos próximos meses, uma vez que, por uma questão sazonal, a oferta é alta e a demanda baixa nos primeiros meses do ano, relação que se inverte a partir de junho. Na avaliação do presidente da Gadolando, para cobrir os custos atuais, esse valor deveria ser de pelo menos R$ 1,00. Tang é contrário à ideia, levantada pelo governo estadual na última edição da Expoleite, de duplicar a produção gaúcha. "Nossa produção está em um bom patamar. É hora de pensarmos em consolidar qualidade e abrir mercados. Não adianta produzir sem ter para quem vender", completa.

 

Fonte: Jornal do Comércio

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