Publicado em: 25/07/2018 às 15:00hs
Lourisvaldo da Conceição, José Eduardo Souza e Gilmar da Silva Fialhe estão preocupados com o futuro. E não é para menos. Até pouco tempo, eles trabalhavam em granjas de perus em Mineiros, no Sudoeste de Goiás. Mas a BRF Brasil, uma das maiores empresas de alimentos do mundo, decidiu encerrar a produção dessas aves no município em junho deste ano. Os três agora vivem o drama do desemprego, que já atingiu outros 30 colegas. “Não sei o que vou fazer”, diz Lourisvaldo. “É angustiante”, complementa Fialhe. Nesta quarta-feira (18), os três lavavam os últimos barracões de uma granja que até recentemente estava cheia de perus.
O dono da granja, Fábio Leme, também passa por uma situação delicada. Natural de União da Vitória, no Sul do Paraná, ele vive há 12 anos em Mineiros. “Eu vim para cá por causa do projeto, que achei sensacional. Não existia criação de perus em Goiás, os produtores todos vieram de fora”, conta o produtor, que também é vice-presidente da Associação dos Avicultores Integrados da Perdigão em Mineiros (Avip). “Minha renda caiu 50%. Eu tenha 14 granjas, mas sem peru dentro elas não valem nada”, desabafa.]
E não é só Leme que vive essa realidade. Mineiros tinha 134 granjas de peru, que abrigavam uma população de quase 3 milhões de animais. “Foram mais de 600 funcionários demitidos apenas nas granjas, fora os 500 que trabalhavam no frigorífico”.
O projeto de abater perus nasceu em 2007, com a Perdigão, empresa que virou BRF depois da fusão com a Sadia, em 2013. A cidade, localizada a 450 quilômetros de Goiânia, no limite com Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, foi escolhida justamente por causa da proximidade com os grãos, especialmente o milho, item que mais pesa no custo de produção do setor. A estratégia, aliás, também foi determinante para construção de outros complexos da BRF instalados em Jataí e Rio Verde, a poucos quilômetros de Mineiros.
Fonte: Gazeta do Povo
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