Entidade teme isolamento da região

O organismo das Nações Unidas responsável por analisar a economia dos países da América Latina e do Caribe mostrou-se preocupado com o fato de os países da região estarem de fora das rodadas de negociações comerciais entre os principais produtores do mundo: Europa, América do Norte e Ásia


Publicado em: 11/09/2013 às 12:40hs

Entidade teme isolamento da região

A Cepal afirma que esses acordos terão um forte impacto na distribuição geográfica e na governança dos fluxos mundiais de comércio e investimentos nos próximos anos.

"A magnitude destas iniciativas, tanto em termos do peso econômico de seus participantes como de sua ambiciosa agenda temática, poderia implicar que até 2020 ocorra uma verdadeira redefinição das regras do comércio internacional", diz o documento divulgado ontem.

Para o organismo, corre-se o risco de que as novas regras negociadas regionalmente se convertam em padrões mundiais, mesmo que esses acordos estejam sendo feitos à margem da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O diretor da divisão de comércio internacional e integração da Cepal, Osvaldo Rosales, disse esperar que o brasileiro Roberto Azevedo, que tomou posse como diretor da OMC, modifique o rumo dessas negociações.

Na segunda-feira, Azevedo fez o alerta de que a entidade pode cair na irrelevância caso não consiga um acordo mínimo no final do ano na conferência ministerial de Bali. "O mundo não vai esperar pela OMC indefinidamente. Vai seguir adiante e com escolhas que não serão inclusivas como os acordos que negociamos aqui", alertou, em seu discurso de posse.

As recentes negociações de longo alcance incluem temas não abordados pela OMC, lembrou a Cepal, e que são importantes para as redes internacionais de produção. Há uma aproximação dos marcos regulatórios dos países envolvidos tanto em relação ao comércio de bens - por exemplo, regulamentos técnicos para a fabricação de automóveis ou exigências sanitárias para produtos agrícolas - como nas transações envolvendo serviços -normas prudenciais aplicáveis às operações financeiras, entre outras.

Esses acordos também abrangem matérias que não estão associadas ao comércio, como regimes ambientais e trabalhistas, propriedade intelectual e digital, funcionamento de empresas estatais e aplicações de controle de capital.

Fonte: O Estado de S.Paulo

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