Publicado em: 24/07/2025 às 11:50hs
A colheita do milho segunda safra tem movimentado intensamente o setor logístico no Brasil, provocando aumentos nos preços de frete em diversas regiões. De acordo com o Boletim Logístico de julho, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quarta-feira (23), a intensificação das atividades no campo, combinada ao início da preparação para a próxima safra, tem pressionado o mercado de transporte rodoviário.
No primeiro semestre de 2025, o Brasil importou 19,41 milhões de toneladas de fertilizantes, um crescimento de 9,29% em relação ao mesmo período do ano anterior. A maior parte dessa movimentação ocorreu pelo porto de Paranaguá, com 5,14 milhões de toneladas, seguido pelos portos do Arco Norte e de Santos.
A alta nas compras ocorre mesmo diante da instabilidade do mercado internacional e reflete a confiança do produtor rural em obter safras volumosas nos próximos ciclos.
As exportações brasileiras de soja somaram 13,42 milhões de toneladas em junho, registrando uma leve retração em relação ao mês anterior. Apesar disso, o Brasil continua ocupando posição estratégica no mercado global, beneficiado pela resistência chinesa ao produto norte-americano e pela menor competitividade da Argentina.
Os principais portos de escoamento foram o de Santos (36,9%) e os do Arco Norte (38,5%). As cargas partiram majoritariamente de Mato Grosso, Goiás, Paraná e Minas Gerais.
As exportações de milho em junho totalizaram 6,4 milhões de toneladas, ficando abaixo do volume registrado no mesmo mês do ano passado. O porto de Santos liderou a movimentação, seguido por São Francisco do Sul, Arco Norte, Paranaguá e Rio Grande. Entre os estados com maior participação nas vendas externas estão Mato Grosso, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.
Internamente, o excesso de oferta e os gargalos logísticos têm freado as negociações, agravadas pela preocupação com a gripe aviária. Ainda assim, a demanda do setor de proteína animal e da indústria de etanol deve ajudar na valorização do cereal nos próximos meses.
O crescimento da produção de óleo e farelo a partir do esmagamento da soja resultou no aumento dos estoques e da oferta desses subprodutos. A produção estimada é de 43,78 milhões de toneladas, com exportações que, entre janeiro e junho, atingiram 11,5 milhões de toneladas – uma leve alta em relação ao mesmo período de 2024.
O escoamento ocorre principalmente pelos portos de Santos, Paranaguá, Rio Grande e Salvador. Os principais estados de origem das cargas são Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás.
O mercado de fretes apresentou variações regionais entre os estados monitorados pela Conab:
Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Maranhão: registraram alta nos preços, influenciada pela colheita de milho, escoamento de soja estocada e particularidades regionais.
A Conab aponta tendência de manutenção da pressão sobre o transporte rodoviário ao longo do segundo semestre, com o escoamento da atual e da próxima safra exigindo forte demanda por frete.
O Boletim Logístico da Conab é uma publicação mensal que reúne informações sobre dez estados produtores. O relatório traz análises detalhadas sobre o panorama logístico do setor agropecuário, desempenho das exportações, movimentação de cargas e principais rotas utilizadas no escoamento da produção nacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
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