Publicado em: 20/01/2014 às 08:00hs
Santa Catarina produz 6,5 milhões de toneladas de grãos por ano, incluídas as safras de milho, soja, arroz, trigo e feijão. A capacidade estática total de armazenagem é de 4,2 milhões de toneladas, o que significa que 30% da produção não tem estocagem. Cooperativas agropecuárias e governo estadual irão, a partir deste mês, desenvolver um intensivo programa para reduzir em 50% esse déficit de 2,3 milhões de toneladas no prazo de um ano.
Essa meta foi estabelecida pela Organização das Cooperativas de SC (Ocesc). As cooperativas tomarão financiamento ancorado em linha especial de crédito do governo federal, criada especialmente para construção de armazéns, com as seguintes facilidades: 15 anos de prazo, três anos de carência, 3,5% de juros ao ano e sem limite de financiamento.
O governo do Estado, através do recém-criado programa “Armazenar”, suportará 50% dos juros anuais até o limite de projetos que atinjam a um milhão de toneladas, o que equivalerá a 500 milhões de reais em investimentos em cerca de uma centena de projetos. Os juros equivalerão a 166 milhões de reais e, desse volume, o governo catarinense pagará 83 milhões de reais.
Os recursos federais serão liberados pelo BNDES e operados pelo Banco do Brasil e BRDE. Os armazéns poderão ser construídos em concreto armado ou aço e estarão equipados com balança, pré-limpeza, secadores, climatizadores e sistema de carga e descarga.
O presidente da Ocesc, Marcos Antônio Zordan, destacou que o programa “Armazenar” atende a reivindicação do setor cooperativista para reduzir o déficit de armazenagem do Estado. Observou que a Organização das Nações Unidas para Alimentação (FAO) indica como ideal uma cobertura de 120%, ou seja, deveria existir capacidade de armazenagem 20% superior a produção total.
Estímulo
Zordan também elogiou o programa “Milho10T” destinado a aumentar a produtividade média para 10 toneladas de milho por hectare cultivado, idealizado pelo secretário adjunto da Agricultura, Airton Spies. Esse programa assegurará a autossuficiência de milho. Santa Catarina importa, anualmente, 2,3 milhões de toneladas de milho do Brasil central, suportando elevados custos de transporte.
O Estado cultiva 600.000 hectares com milho, mas, desses, 100 mil destinam-se a silagem, portanto, não saem da propriedade e são utilizados na nutrição animal. Os 500.000 hectares restantes podem – se o programa Milho 10T for exitoso – gerar cinco milhões de toneladas, portanto, solucionando a insuficiência desse grão para consumo catarinense.
Outra iniciativa para a eliminação do déficit de milho via aumento da produtividade é a utilização de sementes de alta tecnologia, Metade das 220.000 sacas de sementes que a Secretaria da Agricultura disponibilizou pelo programa TROCA-TROCA é de alta produtividade. Para o cultivo dessa semente foi distribuído calcário calcítico.
Fonte: MB
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