Publicado em: 26/02/2014 às 16:20hs
A pecuária brasileira está em plena Estação de Monta, período reservado para a reprodução de bovinos em diversas propriedades do País. Este importante momento da atividade se inicia de modo geral em meados de outubro e se estende até o primeiro trimestre do ano.
Nesse sentido, a escolha de bons reprodutores é indispensável para o sucesso da pecuária, principalmente em termos de eficiência e rentabilidade.
Particularmente em relação a touros, é preciso utilizar aqueles comprovadamente melhoradores, que repassarão aos seus filhos características produtivas (ganho de peso, conformação de carcaça e outros) e reprodutivas (fertilidade, precocidade sexual etc).
Também é fundamental que o macho selecionado para trabalhar esteja apto à reprodução. Assim, para começo de conversa é essencial que o touro tenha exame andrológico positivo.
Esse atestado é muito importante para o pecuarista. Em última análise, um touro com andrológico garante sua capacidade para reproduzir. Os números comprovam: em uma estação de monta é notável a diferença entre trabalhar com touros avaliados e positivos; o número de fêmeas com prenhez positiva é superior.
A Agropecuária Jacarezinho submete todos os machos avaliados como candidatos a touros ao exame andrológico. No caso dos machos com CEIP (Certificado Especial de Identificação e Produção), chancela do Ministério da Agricultura, esse procedimento geralmente ocorre nos meses de julho e agosto, perto da abertura da nova safra para a comercialização.
Os touros que permanecem na fazenda para trabalho são submetidos ao exame em novembro e dezembro, momentos antes de começarem a cobrir a vacada na estação de monta.
O exame andrológico é simples, porém, deve ser feito por um médico veterinário capacitado e com experiência em reprodução.
Os procedimentos consistem em analisar o sistema locomotor do animal (principalmente os membros posteriores, responsáveis pela sustentação de toda a carcaça na hora da monta), aspectos físicos da bolsa testicular, testículos e bainha.
Após este primeiro procedimento, faz-se a coleta de líquido seminal para análise, procedimento que pode ser feito por estimulação elétrica, com um aparelho denominado eletroejaculador.
Depois da coleta, o médico veterinário analisa o conteúdo, verificando aparência, presença de sangue ou urina. Da mesma forma, é feita análise microscópica, verificando-se a motilidade dos espermatozoides, vigor (força de movimentação do espermatozoide) e turbilhonamento (forma de movimentos). Posteriormente, é feita análise patológica para verificar possíveis anormalidades.
Investir em um touro eficiente significa obter resultados satisfatórios já na primeira estação de monta. Reprodutor melhorador não é gasto e, sim, investimento. Para tanto, é importante ficar atento ao mercado e utilizar somente machos com exame andrológico positivo e com avaliação genética positiva. O lucro é garantido.
O autor André de Souza e Silva é supervisor em pecuária da Agropecuária Jacarezinho, propriedade que há mais de 20 anos produz reprodutores melhoradores para a pecuária brasileira.
Fonte: STA Press
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