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Soja tem novo dia de baixas em Chicago nesta 3ª ainda sentindo pressão da disputa EUA x China

No pregão desta terça-feira (18) na Bolsa de Chicago, as cotações recuavam, por volta de 7h50 (horário de Brasília), entre 3,50 e 3,75 pontos, com o novembro/18 valendo US$ 8,19 por bushel


Publicado em: 18/09/2018 às 10:10hs

Soja tem novo dia de baixas em Chicago nesta 3ª ainda sentindo pressão da disputa EUA x China

Como já vinha sendo esperado pelos traders, o governo norte-americano impôs mais US$ 200 bilhões em tarifas sobre produtos chineses, intensificando uma guerra comercial que já se estende desde maio e o mercado internacional da soja segue sentindo os efeitos.

No pregão desta terça-feira (18) na Bolsa de Chicago, as cotações recuavam, por volta de 7h50 (horário de Brasília), entre 3,50 e 3,75 pontos, com o novembro/18 valendo US$ 8,19 por bushel. O março/19, referência para a safra do Brasil, tinha US$ 8,47.

As baixas só não são mais intensas, como explicam analistas e consultores, porque o mercado já vinha esperando por mais esta medida do presidente Donald Trump. O importante, por outro lado, será acompanhar o desenvolvimento dos negócios ao longo dos próximos dias.

"Veremos se o maior volume de negocios durante o dia será dominado pelo pessimismo que pode provocar uma pressão vendedora ainda maior", explica Steve Cachia, diretor da Cerealpar.

Os preços da soja são pressionados também pelo bom início da colheita no Corn Belt, que já apresenta um ritmo recorde. De acordo com números divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no final da tarde de ontem, 6% da área cultivada já foi colhida.

No ano passado eram 4% e a média dos últimos cinco anos é de 3%. O índice fica bem acima das expectativas do mercado que variavam de 2% a 3% para esta semana.

O reporte mostra ainda que 67% das lavouras dos EUA estavam em boas ou excelentes condições, contra 68% da semana anterior. 23% dos campos se apresentavam em situação regular e 10% em condições ruins ou muito ruins.

Veja como fechou o mercado na segunda-feira:

Soja fecha em queda na CBOT pressionada pela guerra comercial; preços recuam em Paranaguá

Os preços da soja trabalharam o dia todo em campo negativo na Bolsa de Chicago para encerrar o pregão desta segunda-feira (17) recuando pouco mais de 7 pontos entre os principais contratos. O vencimento novembro/18, que ainda é referência para o mercado, ficou nos US$ 8,23 por bushel.

O mercado segue pressionado pela tensão ao redor da guerra comercial entre China e Estados Unidos, com a possibilidade de mais US$ 200 bilhões em taxações americanas sobre bens chineses. A disputa já se arrasta desde maio, compremetendo intensamente a demanda pela soja dos EUA.

No fim da tarde desta segunda, o presidente Donald Trump informou que fará o anúncio das novas tarifas após o fechamento do mercado financeiro ameriano. A China, por sua vez, diz que não ficará na defensiva diante de mais essa medida do governo americano e que irá retaliar.

"Será um monte de dinheiro entrando nos cofres dos Estados Unidos da América. Muito dinheiro entrando", disse Trump a repórteres na Casa Branca. "Mas vocês verão o que estamos fazendo logo depois do fechamento dos negócios hoje", como noticiou a Reuters.

Ademais, as cotações da oleaginosa seguem sofrendo com a pressão do início efetivo da colheita nos Estados Unidos e, como explicam analistas internacionais, o ritmo deverá ser recorde este ano. A chegada de uma oferta também recorde ao mercado pesa sobre os preços e sobre os prêmios da soja americana, os quais recuaram, somente nesta quinta, cerca de 15 cents de dólar.

E embora haja ainda a preocupação dessa maior oferta, a queda das referências em Chicago e dos prêmios poderiam, por outro lado, atrair mais compradores para a soja dos Estados Unidos, que fica mais barata se comparada aos demais fornecedores neste momento.

Nesta segunda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos)anunciou, nesta segunda-feira (17), a venda de 241 mil toneladas de soja da safra 2018/19 para destinos não revelados.

Ainda assim, os números dos embarques norte-americanos apresentaram um ligeiro recuo na semana, também de acordo com o USDA.

Na semana encerrada em 13 de setembro, os EUA embarcaram 784,752 mil toneladas de soja, contra 926,332 mil da semana anterior. Assim, o total dos embarques acumulados na temporada já chegam a 1.618,397 milhão de toneladas, contra pouco mais de 2,03 milhões do ano passado, nessa mesma época.

Preços no Brasil

No Brasil, os preços recuaram nesta segunda-feira frente a combinação do recuo em Chicago e da movimentação limitada do dólar. A moeda americana perdeu quase 1% depois da pesquisa eleitoral mostrando uma melhora de Jair Bolsonaro, do PSL, entre as intenções de voto e fechou com R$ 4,1252.

"Tanto a economia quanto o mercado financeiro estão com uma expectativa tão baixa pelo resultado das eleições que agora, com a queda do candidato (Geraldo) Alckmin nas pesquisas, qualquer reação positiva de Bolsonaro que possa evitar o retorno da esquerda já causa um alívio imenso", comentou o diretor da More Invest Gestora de Recursos, Leonardo Monoli à Reuters.

Assim, a soja disponível foi aos R$ 98,00 no porto de Paranaguá, perdendo 2%, enquanto cedeu 1,15% no futuro, para março/19, valendo R$ 86,00 por saca. Já em Rio Grande, a soja disponível subiu 0,75% para R$ 94,00 e 1,06% para R$ 95,00 na referência outubro.

Fonte: Notícias Agrícolas

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