Publicado em: 15/05/2019 às 11:10hs
O movimento de alta forte continua no mercado da soja nesta quarta-feira (15). As cotações, por volta de 7h50 (horário de Brasília), subiam entre 11 e 12 pontos nos principais vencimentos, com o julho de volta aos US$ 8,40 por bushel.
"As preocupações com o clima e o plantio nos EUA continuam, bem como a esperança de um acordo - em algum momento - entre China e Estdos Unidos", explicam os analistas da consultoria internacional Allendale.
Além disso, o mercado começa a especular sobre estas adversidades no Corn Belt e seus impactos reais sobre a área. Com as janelas ideais de plantio se fechando - a do milho termina já neste dia 20 -, diminui o sentimento de que o produtor vá migrar para a soja, podendo buscar com o governo americano seu seguro de não plantio, o chamado Prevent Plant.
"Ou seja, diante dos preços baixos de soja, a probabilidade agora passou a ser que o produtor americano pode optar por abandonar área de milho e pegar o dinheiro do seguro, ao invés de transferir área de milho para soja", diz Steve Cachia, diretor da Cerealpar.
O mapa atualizado do NOAA para o período de 15 a 22 de maio mostra a continuidade das chuvas intensas no Corn Belt. Estados como o Nebraska, Missouri, Iowa e a Dakota do Sul poderiam registrar acumulados de 75 a 100 mm, podendo atrasar ainda mais o avanço dos trabalho de campo.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Brasil negocia cerca de 2 mi de t de soja nesta 3ª feira com disparada dos preços em Chicago
Preços sobem motivados, principalmente, pelo cenário de clima desfavorável para o plantio nos EUA, que já se mostra bastante atrasado. Atraso é um dos mais sérios em 30 anos, segundo consultor. Prêmios mais altos e dólar próximo dos R$ 4,00 também contribuem.
As condições de clima no Meio-Oeste americano favoreceram os preços da soja no mercado em Chicago nesta terça-feira (14) e os futuros da oleaginosa terminaram o dia subindo quase 30 pontos nos principais vencimentos. O julho fechou com US$ 8,29 e o agosto, US$ 8,36 por bushel.
Os preços recuperaram, praticamente, tudo o que perderam nos últimos dias, se aproximando dos patamares observados na última semana. Os ganhos favoreceram também a formação das cotações no mercado brasileiro e motivaram bons negócios.
Segundo o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, o Brasil negociou, aproximadamente, 2 milhões de toneladas de soja em grão - entre portos e interior - somente nesta terça-feira, com preços que variaram entre R$ 76,00 e R$ 80,00 nos principais portos do país.
"Os produtores brasileiros vieram ao mercado aproveitar os picos de preços e fizeram bons negócios, mas aqueles que ainda têm condições de segurar porque já venderam um pouco mais estão segurando", explica Brandalizze. Afinal, a demanda pelo produto brasileiro segue consistência e a tendência é de que os prêmios brasleiros sigam se valorizando.
Nesta terça, as principais posições de entrega apresentaram valores entre
De janeiro à última semana de maio, o Brasil já exportou 31 milhões de toneladas de soja, volume recorde histórico e que coloca o programa de exportações à frente do mesmo período do ano passado, que o Brasil exportou um total recorde da oleaginosa. "Isso já sinaliza que teremos menos soja mais cedo, eu acredito até que teremos que importar algum volume no final do ano", completa o especialista.
CLIMA NOS EUA
Nos EUA, o foco do mercado deixou um pouco a política nesta terça-feira e se focou em seus fundamentos, principalmente nas questões de clima do Corn Belt. Diante das preoucpações que se agravam, os grãos subiram mais de 3% na Bolsa de Chicago. Os ganhos intensos não foram registrados somente pela soja, mas também pelo milho e o trigo.
De acordo com as últimas previsões do NOAA, depois de uma rápida trégua das precipitações nesta quarta-feira (15), elas voltam intensas pelos próximos dias em um corredor entre os estados do Texas e de Minnesota. São esperados mais de 50 mm.
Fonte: Notícias Agrícolas
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