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Soja inicia dezembro com leves altas em Chicago e atenção mantida sobre o dólar no Brasil

Por volta de 8h30 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 1,75 e 2,25 pontos nos principais vencimentos, levando o janeiro a US$ 8,78 e o maio/20, importante referência para a safra do Brasil, a US$ 9,07 por bushel


Publicado em: 02/12/2019 às 10:10hs

Soja inicia dezembro com leves altas em Chicago e atenção mantida sobre o dólar no Brasil

Os preços da soja sobem levemente na Bolsa de Chicago nesta segunda-feira (2). Um novo mês começa para o mercado internacional e as cotações da oleaginosa ainda têm dificuldade para definir uma direção diante da falta de notícias sobre as relações entre China e Estados Unidos.

Por volta de 8h30 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 1,75 e 2,25 pontos nos principais vencimentos, levando o janeiro a US$ 8,78 e o maio/20, importante referência para a safra do Brasil, a US$ 9,07 por bushel.

Ao lado das informações da guerra comercial, os traders se dividem entre a conclusão da safra dos EUA, com a colheita praticamente finalizada, e o desenvolvimento da nova safra da América do Sul. As condições de clima, ao menos até este momento, são favoráveis na maior parte das regiões produtoras.

"Com o pessimismo na falta de anúncio de novo acordo, traders impressionados com as compras pesadas de soja americana pela China nas últimas semanas. No entanto, não se emocionam com isso e o mercado segue na defensiva, entendendo que uma vez que começa a entrar a safra brasileira, estes volumes devem despencar", explica Steve Cachia, consultor de mercado da AgroCulte e da Cerealpar.

NO BRASIL

O foco dos negócios no Brasil segue sobre o dólar. A moeda americana tem tido dias de altas intensas, motivando a formação de preços melhores no mercado nacional, bons negócios e compensando as baixas observadas na Bolsa de Chicago.

A moeda americana segue atuando acima dos R$ 4,20 e especialistas ainda esperam uma volatilidade intensa para a conclusão de 2019. "A pergunta que o mercado está fazendo é se o Banco Central vai intervir de forma mais energética ou se vamos ver novas máximas", diz Cachia.

No Brasil, como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, atenção também à demanda interna, onde as indústrias seguem ainda atuantes nas compras e pagando melhor do que as exportações em algumas localidades.

"As indústrias devem vir a campo para se abastecer, mas os portos seguirão firmes em função da guerra comercial entre os EUA e China, a qual deve manter boa presença de compradores nos portos brasileiros. Como estamos no pico da entressafra e com pouca soja para ser negociada, há um apelo para manutenção e até apelo para alguns ajustes positivos nos preços. O mercado interno segue firme nesta semana que entra", diz Brandalizze.

Veja como fechou o mercado na última sexta-feira:

Soja fecha em queda em Chicago e pressiona Brasil mesmo com dólar em alta nesta 6ª

O mercado da soja voltou do feriado nos EUA nesta sexta-feira (29) na Bolsa de Chicago ainda mantendo sua estabilidade e terminou o o dia em queda. Os principais contratos recuaram pouco mais de 5 pontos, levando o janeiro a US$ 8,76 e o maio/20 a US$ 9,05 por bushel.

Como explicou o analista e diretor da Price Futures Group, Jack Scoville, em entrevista ao Notícias Agrícolas, a falta de notícias sobre as relações comerciais entre China e Estados Unidos e um possível acordo entre os dois países mantém o mercado ainda bastante apreensivo.

Para alguns especialistas, nem mesmo a fase um de um acordo parcial poderia ser efetivada ainda em 2019 e, também segundo Scoville, as negociações podem ficar ainda mais comprometidas em 2020, ano de eleições presidenciais norte-americanas.

Assim, para o analista, os preços da soja na CBOT teriam espaço para perder mais algo entre 10 a 15 pontos caso as conversas não avancem, e afirma ainda que, desde sua máxima, os futuros da oleaginosa já acumulam uma perda de cerca de US$ 1,00 por bushel.

Nesta sexta, nem mesmo as vendas semanais para exportação foram suficientes para dar algum estímulo positivo ao mercado.

Na semana encerrada em 21 de novembro, o país vendeu 1.664,1 milhão de toneladas da oleaginosa, enquanto o mercado esperava algo entre 600 mil e 1,2 milhão de toneladas. A China foi o principal destino da commodity americana. Os números partem do boletim semanal do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).

Em toda a temporada, os EUA já comprometeram 25.260,5 milhões de toneladas de soja, acima do total do ano passado, nesse mesmo período, de 23,07 milhões. O USDA estima as exportações 2019/20 do país em 48,31 milhões de toneladas.

MERCADO BRASILEIRO

Os negócios no mercado brasileiro também tiveram pouco ritmo nesta sexta-feira. Além de os produtores estarem bem vendidos e apesar dos preços altos, o dia seguinte do feriado nos EUA - onde Chicago trabalhou somente por meio período - deixou tanto compradores, quanto vendedores mais retraídos.

E mesmo com a alta do dólar mais de 0,50% levando a moeda a R$ 4,24, os preços da soja cederam nos portos nacionais nesta última sessão da semana. A oleaginosa disponível perdeu 1,12% em Paranaguá, para R$ 88,00, e 1,14% em Rio Grande, para R$ 87,00. Para a safra nova, as perdas foram de 0,575 em ambos os terminais, com os preços finalizando o dia com R$ 86,50 e R$ 87,00 por saca, respectivamente.

No interior, os preços também cederam nesta sexta-feira e os indicativos, em algumas praças de comercialização, recuaram mais de 1%. Ainda assim, as referências variam de R$ 77,00 a R$ 87,00 por saca, a depender da região e da realidade de oferta e demanda.

Fonte: Notícias Agrícolas

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