Publicado em: 05/04/2016 às 15:15hs
A atividade - organizada pela Emater/RS-Ascar, com o apoio da Prefeitura Municipal, da Univates Centro Universitário e do Sicredi - foi realizada na propriedade dos produtores Elmo e Elira Hammes, da localidade de Picada Scherer, no Bairro Imigrante, de Lajeado.
No local, Elira, a responsável pelo cultivo na propriedade, possui quatro mil pés de morangos distribuídos em duas estufas protegidas. Por safra, produz uma média de duas toneladas da fruta ao ano, que são comercializadas na feira do produtor local, por meio de parceria com um comerciante. "Algum eventual excedente a gente vende para vizinhos, amigos ou mesmo clientes da minha oficina", explica Elmo, que garante não conseguir atender a demanda do produto.
A ideia de produzir o morango em substrato surgiu após a constatação de um problema de coluna em dona Elira, também como consequência do trabalho com a fruta cultivada no solo. "Isso fez com que procurássemos alternativas, para que não abandonássemos a atividade que já desempenhávamos há alguns anos", ressalta Elira. Com o apoio de um técnico, visitaram algumas propriedades da Serra Gaúcha, onde conheceram o sistema, que no local começava a ser implantado.
"Foi a forma que encontramos de seguir na atividade e posso dizer que não temos queixas, especialmente do ponto de vista ergonômico", salienta Elmo. Para ele, talvez o retorno financeiro não seja tão expressivo, como no caso da produção de morango de solo. Mas o manejo prático, relacionado ao aumento da qualidade de vida do casal - com o trabalho de pé e não agachado -, se torna um fator de compensação. "Fora o fato de que, dessa forma, também não é preciso realizar o plantio em todos os anos", completa.
Na tarde de campo foram quatro estações, onde os agricultores puderam conhecer um pouco mais sobre o sistema, que ainda possui um certo ar de "novidade" no Vale do Taquari. "O que se percebe é que há uma demanda local no que diz respeito a esta ainda nova tecnologia, que tem sido a cada dia mais procurada pelos produtores", observa o assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar na área de Sistema de Produção Vegetal, Lauro Bernardi. "Nesse sentido, nosso objetivo é instrumentalizar técnicos e produtores para que o processo como um todo se qualifique e para que o modelo avance enquanto alternativa de produção", complementa.
Na propriedade de Elmo e Elira foi possível conhecer um pouco mais sobre a estrutura produtiva e o potencial de retorno da atividade, o substrato - e quais os elementos que o compõem - o manejo da cultura, sobre o manejo de insetos e pragas e controle de ácaros, assim como as propriedades nutricionais do morango. "O produtor que tiver dúvidas ou mesmo interesse na implantação do sistema pode procurar assistência técnica nos escritórios da Emater/RS-Ascar", enfatiza Bernardi.
O evento contou ainda com a participação de autoridades e representantes de entidades, entre elas os gerentes regional e adjunto da Emater/RS-Ascar, Marcelo Brandoli e Carlos Lagemann, a engenheira agrônoma da Prefeitura, Anelise Bohn, o coordenador do Laboratório de Acarologia da Univates, professor doutor Noeli Juarez Ferla, e representante do Sicredi regional, Guilherme Kern. A atividade foi conduzida pelo supervisor da Emater/RS-Ascar, João Francisco Caíno, com o apoio de diversos extensionistas da entidade.
Brandoli valorizou o trabalho em parceria, lembrando que o cultivo de morango em substrato é referencial no Vale do Caí, que também integra o regional da Emater/RS-Ascar de Lajeado. "No Estado são 1.500 produtores, sendo que 20% destes estão na nossa região", afirmou. O gerente regional lembrou ainda que, dos 70 hectares plantados nos vales do Caí e Taquari, 60 são em Bom Princípio e Feliz. "E com bons resultados, sendo importante, nesse sentido, que essa tecnologia seja ampliada", ressaltou.
Fonte: Emater/RS-Ascar
◄ Leia outras notícias