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MERCADO: Acordo com UE deixa cooperativa do PR otimista

O holandês Thomas Domho, CEO da Castrolanda, cooperativa de Castro, no Paraná, não faz rodeios quando analisa o acordo entre Mercosul e União Europeia,


Publicado em: 10/07/2019 às 19:00hs

MERCADO: Acordo com UE deixa cooperativa do PR otimista

O holandês Thomas Domho, CEO da Castrolanda, cooperativa de Castro, no Paraná, não faz rodeios quando analisa o acordo entre Mercosul e União Europeia, que saiu do papel depois de 20 anos: “Chega na hora certa”, diz. No caso brasileiro, afirma, permitirá ampliar as exportações de carne suína ao bloco, reforçando uma alternativa de mercado, hoje concentrado na China.

Confiança - Por causa da peste suína africana, os chineses abateram ao menos 30% do seu plantel, o que abriu grande oportunidade ao Brasil. Mas Domho pondera que em cinco anos a China deve superar o problema. Até lá, o Brasil terá conquistado a confiança dos europeus. “Quando a China recuperar a autossuficiência em carne suína, teremos relacionamento efetivo com a Europa e possibilidade de aumentar as exportações”, acredita o CEO. O acordo prevê, em seis anos, cota de 25 mil toneladas do Mercosul para a Europa e vice-versa. Além da produção de carne suína, a Castrolanda atua também nos segmentos agrícola, lácteo e de cerveja.

Dominó - A Castrolanda poderá explorar o mercado europeu tão logo o acordo seja ratificado pelos países envolvidos, o que está previsto para 2021. A Europa Ocidental demanda cortes nobres de suínos e a Castrolanda já produz picanha, presuntos defumados e outros itens premium vendidos aqui. A estimativa é de que os embarques representem de 5% a 7% do faturamento anual da cooperativa. Mas um efeito dominó pode vir: “A Rússia poderia reabrir seu mercado, tomando a UE como referência”, avalia Domho.

Ganha-ganha - O executivo afasta o risco de concorrência entre Europa e China, pois chineses demandam essencialmente miúdos. Para o consumidor do Brasil, haverá vantagens: a maior concorrência com cortes nobres importados da Europa, que tende a reduzir o preço do produto em geral, e a importação de maquinário europeu, que ajudará a elevar a qualidade dos alimentos.

Mais óleo - O acordo entre União Europeia e Mercosul também deve trazer benefícios para o Brasil em óleo de soja. Estudo da consultoria INTL FCStone destaca que, quando o tratado entrar em vigor, serão abolidas as tarifas para exportação de óleos vegetais do Mercosul para a UE. Segundo a FCStone, a Europa já é destino de mais da metade das exportações brasileiras de óleo de soja, e esse volume vai crescer. Em 2018, o País exportou 760,7 mil toneladas do produto aos europeus.

Fonte: O Estado de S.Paulo

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