O Brasil é hoje o terceiro maior consumidor de chocolate do mundo e o quinto país que mais produz cacau. A Bahia é o maior estado produtor do país, mas a safra 2015/16 está sendo ameaça pela estiagem que atinge a região produtora há mais de 70 dias.

De acordo com o produtor José Carlos Maltez, membro da Associação Cacau do Sul da Bahia, que planta o fruto há mais de 35 anos, a falta de chuva prejudica a lavoura já que o cacau gosta de sol e água. “Com a estiagem, a árvore cacaueira não flora, não se desenvolve, a água é essencial para o cacau e muitos frutos não amadureceram por conta dessa estiagem”, afirma o produtor.

No entanto, as notícias são boas para os produtores de Ilhéus nos próximos dias. Segundo a meteorologista da Climatempo, Bianca Lobo, há previsão de chuva. “Até o dia 20 deste mês, são esperadas pancadas isoladas de chuva. Não é uma chuva que vai solucionar a crise hídrica e tampouco reverter a estiagem, mas vai colaborar para umedecer o solo.

A solução que alguns produtores baianos encontraram é usar o caule de bananeira para reter a umidade no solo. “Geralmente nós amarramos as folhas de bananeira em volta do pé de cacau para segurar a água no local, já que a agricultura irrigada aqui não funciona”, conta Maltez.

A região que sofreu com muitas chuvas – que causaram doenças fúngicas no primeiro semestre – sofre muita influência do fenômeno climático El Niño. O fenômeno está contribuindo com as altas temperaturas na região Nordeste, explica Bianca Lobo.

“Em anos de El Niño como este, não falta calor. O fenômeno mantém a escassez de água no Nordeste e a previsão é que Ilhéus registre recorde de calor até o fim do ano”, acrescenta a meteorologista da Climatempo.

A colheita da safra cacaueira começa agora em novembro e geralmente segue até janeiro ou fevereiro, mas, este ano, por conta da seca, a colheita deve terminar mesmo em dezembro.