Publicado em: 28/02/2019 às 08:20hs
Cada vez mais, os criadores recorrem às técnicas de reprodução artificial em busca do melhoramento genético de seus plantéis. Além da inseminação artificial, da transferência de embriões e da chamada “barriga de aluguel”, já estão disponíveis técnicas mais modernas, como a fertilização in vitro e os clones.
As inovações são destaque na criação do mangalarga marchador, a maior raça de equinos no Brasil, com 600 mil animais registrados e cerca de 16.500 criadores, dos quais, mais da metade (9.044) está em Minas. O estado concentra 245.350 exemplares da raça. Nos últimos 10 anos, houve no país aumento de 70% no uso da inseminação artificial e de transferências de embriões na raça, revela o diretor-técnico da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), Henrique de Mello Machado.
Recentemente, a criação de cavalo mangalarga marchador no Brasil viveu outra “revolução” no melhoramento genético: a clonagem de animais de alta linhagem. Segundo o diretor da ABCCMM, o país já tem cinco clones da raça registados e, em breve, haverá o nascimento de outros animais oriundos do mesmo sistema de reprodução.
“Acredito que as novas tecnologias (de reprodução) contribuirão ainda mais para a evolução do nosso cavalo”, afirma o presidente da ABCCMM, Daniel Borja. Na avaliação dele, uma das formas mais eficazes para o crescimento das novas técnicas de reprodução é o incentivo às pesquisas.
Para isso, a associação dos criadores busca parcerias com diversos centros de pesquisa, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Pontifícia Universidade Católica (PUC-MG). ‘Tudo com comprovação científica e muito critério de estudo”, pontua Borja.
Especialistas em campo
O diretor-técnico da associação ressalta que um dos fatores que mais contribuiu para o aumento das técnicas de reprodução artificial foi a formação de mais profissionais especializados na área. “Há cerca de 20 anos, o número de veterinários que dominavam a técnica de inseminação artificial em equinos – com o uso do sêmen a fresco – era muito pequeno. Hoje, a quantidade de profissionais capacitados aumentou muito”, afirma Henrique Machado.
De acordo com os números da ABCCMM, no ano passado, houve 10.196 transferências de embriões e 8.147 nascimentos com o uso da técnica, envolvendo animais da raça mangalarga no Brasil. Pelo sistema de monta natural, foram 30.385 coberturas (gestações) e 19.664 nascimentos. A participação das novas técnicas nas novas gerações de animais foi, portanto, de 29,3%, ante a parcela de 70,7% resultante do processo tradicional.
Fonte: Estado de Minas
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