Mercado Financeiro

Dólar passa a cair e chega a R$ 4,05, de olho em eleição

No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 1,25%, vendida a R$ 4,0750


Publicado em: 21/09/2018 às 10:40hs

Dólar passa a cair e chega a R$ 4,05, de olho em eleição

Após abrir em alta, o dólar opera em queda nesta sexta-feira (21), mantendo o patamar do dia anterior abaixo de R$ 4,10, enquanto os investidores aguardam novas pesquisas de intenções de voto à Presidência da República.

Às 10h02, a moeda norte-americana caía 0,06%, vendida a R$ 4,0721.

Na mínima do dia, a divisa dos EUA atingiu R$ 4,0598. Na máxima, chegou a R$ 4,0893. No ano, a moeda acumula alta de 22%.

O Banco Central brasileiro realiza nesta sessão leilão de até 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de outubro, no total de US$ 9,801 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 1,25%, vendida a R$ 4,0750.

Novo patamar e perspectivas

A recente disparada do dólar acontece em meio a incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que faz aumentar a procura por proteção em dólar.

Investidores têm comprado dólares em resposta a pesquisas que mostram intenção de voto mais baixa para candidatos considerados mais pró-mercado. Na avaliação do mercado, os candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto são menos comprometidos com determinados modelos de reformas econômicas considerados fundamentais para o ajuste das contas públicas.

Na prática, as flutuações atuais ocorrem principalmente conforme cresce a procura pelo dólar: se os investidores veem um futuro mais incerto ou arriscado, buscam comprar dólares como um investimento considerado seguro. E quanto mais interessados no dólar, mais caro ele fica.

Outro fator que pressiona o câmbio é a elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes. O mercado tem monitorado ainda a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais e a crise em países como Argentina e Turquia.

A visão dos analistas é de que o nervosismo tende a continuar até que se tenha uma maior definição da corrida eleitoral.

A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 subiu de R$ 3,80 para R$ 3,83 por dólar, segundo o último boletim Focus do Banco Central. Para o fechamento de 2019, avançou de R$ 3,70 para R$ 3,75 por dólar.