Suíno

Crise sanitária da suinocultura chinesa pode abrir portas para o Brasil

Mais do que representar uma oportunidade temporária para os frigoríficos brasileiros ampliarem suas exportações de carne suína, a crise sanitária que afeta o segmento na China é uma chance de o país mostrar ao parceiro que pode ser um fornecedor confiável e duradouro


Publicado em: 12/03/2019 às 18:40hs

Crise sanitária da suinocultura chinesa pode abrir portas para o Brasil

Mais do que representar uma oportunidade temporária para os frigoríficos brasileiros ampliarem suas exportações de carne suína, a crise sanitária que afeta o segmento na China é uma chance de o país mostrar ao parceiro que pode ser um fornecedor confiável e duradouro, com reflexos de longo prazo que podem representar um expressivo fortalecimento dessa cadeia produtiva.

É o que pensa Alexandre Mendonça de Barros, sócio-diretor da consultoria MB Agro, um dos primeiros "agroeconomistas" brasileiros a chamar a atenção para o tamanho do problema chinês, no início do segundo semestre do ano passado. "É uma chance de ouro", disse recentemente ao Valor durante entrevista sobre o lançamento do "Outlook Fiesp - Projeções para o Agronegócio Brasileiro 2028", trabalho no qual a MB Agro é parceira da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo.

O trabalho lembrou que, antes do início do novo surto, a produção chinesa de carne suína vinha se recuperando da forte queda observada em 2014 e 2016, por questões sanitárias que buscavam melhorar a qualidade da oferta local, mas que os níveis considerados normais ainda não haviam sido retomados. Estimativas apontam que a produção chinesa deve ter alcançado 55 milhões de toneladas em 2018, mesmo após o sacrifício de quase 1 milhão de animais em decorrência da peste suína africana, ainda 2 milhões a menos que em 2014.

Em contrapartida, um aumento "sustentável" das vendas de carne suína para a China tende a tirar um pouco do peso das exportações brasileiras de soja e farelo de soja para o país asiático, uma vez que o grão e seu derivado são empregados em rações que alimentam aves e suínos. Em parte por causa da peste - mas também em razão da desaceleração do crescimento da economia - o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projeta que as importações chinesas de soja em grão vão recuar para 88 milhões de toneladas nesta safra 2018/19, ante as 94,1 milhões do ciclo 2017/18.

Fonte: Avisite

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