Aquicultura e Pesca

Com auxílio do SENAR MINAS, Pedra do Anta mira Piscicultura Ornamental

Algumas propriedades rurais em Pedra do Anta estão em transformação


Publicado em: 09/07/2019 às 13:40hs

Com auxílio do SENAR MINAS, Pedra do Anta mira Piscicultura Ornamental

Com o auxílio do Sistema Faemg/Senar Minas, um grupo de produtores está investindo na Piscicultura Ornamental e, por isso, as obras de estufas e outras instalações necessárias para a atividade estão em andamento. Um casal, agora pioneiro na produção no município, já comemora a primeira venda.

O interesse por esta cadeia surgiu como uma alternativa às atividades agropecuárias predominantes no município. Segundo o secretário de Agricultura Jarbas Barbosa Filho, em visitas a Vieiras, cidade que integra o polo de Piscicultura Ornamental em Minas Gerais, a Prefeitura e uma comitiva de produtores rurais decidiram investir na atividade.

“Acreditamos que a Piscicultura Ornamental irá crescer e se tornar uma fonte de renda para o município, haja vista que já está comprovado que o clima é favorável para o desenvolvimento dos peixes. A expectativa para a piscicultura ornamental em nosso município é grande, pois os produtores estão vendo a possibilidade de melhorar a renda familiar”, explicou.

Hoje 12 produtores estão envolvidos no projeto, sendo seis na construção de estufas e um casal já em fase de produção e comercialização. Além do Senar Minas, a iniciativa também conta com a parceria da Emater e de uma mineradora que iniciará suas atividades no município.

Os cursos do Senar Minas foram realizados em agosto de 2018 e forneceu importantes informações para o início da atividade em Pedra do Anta. “Em nossas visitas, soubemos que o Senar ministrava cursos e que iniciar uma criação sem capacitação seria impossível”, relembrou.

Primeira comercialização

O casal Leanir Cardoso da Silva e João Pereira Cupertino foi quem iniciou a produção e comercialização de peixes ornamentais em Pedra do Anta. Na primeira venda, foram selecionados cerca de 2.300 peixes em tamanho comercial, uma pequena amostragem, além de matrizes nascidas na própria estufa. O comprador foi o criador Nei Chicarellii, de Vieiras. Além de adquirir as primeiras unidades, foi ele quem incentivou os produtores a investirem na atividade e a se capacitarem por meio do curso do Senar Minas.

No sítio Córrego dos Moinhos, na comunidade de São Pedro, o trabalho iniciou-se há pouco mais de quatro meses, tendo começado com apenas 100 matrizes Prata e 20 negras de Molinésia. Antes disso, a família atuava na pecuária e não tinha conhecimento algum sobre a Piscicultura Ornamental. Hoje conta com uma estufa com 14 caixas, sendo 12 em funcionamento com molinésias de três tipos e cores.

“O curso foi importante para termos conhecimento sobre instalações e criação. Foi a nossa base para começar. Assim que tivemos orientação para iniciar a atividade. Estamos muito confiantes no sucesso”, disse Leanir.

‘Mudar a minha história’

Quem também está no caminho para se tornar uma criadora de peixes ornamentais é Geovana Aparecida Lopes Rodrigues. Nascida e criada no meio rural, ela nutre uma grande paixão pelo campo. Hoje mora e trabalha em uma chácara, onde tem horta, pomar, galinha caipira e uma pequena produção de polpas e doces de frutas, tudo cuidado pela família. Na piscicultura ela vislumbra a possibilidade de trabalhar em casa, cuidando das filhas e dos afazeres domésticos, e ter uma renda melhor.

“Essa expectativa, juntamente com o amor pelo meio rural, estão mudando a rota da minha vida profissional. Trabalhei como professora até o final de 2017, fiquei desempregada e, como já morava na zona rural, exercia algumas atividades nesse meio. A paixão pelo campo sempre falou mais alto. Eu me senti envolvida com a possibilidade da piscicultura ornamental deslanchar no município e pretendo abraçar a causa e mesclar trabalho e amor pelo campo, mudando a minha história”, enfatizou.

A estufa está em construção na Chácara Bom Sucesso, na comunidade Boa Esperança. “Analisamos o terreno, escolhemos a área a ser construída, construímos os tanques e estamos na fase final da estufa. A expectativa é que a atividade dê certo no município e que eu consiga dominar as técnicas necessárias para uma produção de peixes de qualidade. Dando tudo certo, é ampliar a piscicultura futuramente”.

‘Mercado pede qualidade’

No curso do Senar, o participante é preparado para produzir peixe ornamental com qualidade. “Apresentamos imagens de animais para eles saberem o que é um animal competitivo e explicamos como produzir esse animal com essa qualidade. É preciso fazer um produto que atende às exigências do mercado”, explicou o médico veterinário Gabriel Miranda Batista, que ministrou o curso.

O instrutor explica que a capacitação inicia com uma análise do histórico do mercado. “Depois vamos para a produção de peixes, materiais, construção de estrutura, dicas, recomendações da caixa, análise de água para entender o organismo no ambiente em que ele vive, variedade de peixes, reprodução e alimentação”, resumiu.

Além da teoria, o curso leva os alunos para vivenciar e entender a parte prática. São abordados temas como manejo diário das caixas, limpeza, preparação para receber o peixe, alimentação e manejo sanitário.

Sucessão e geração de renda

Ainda de acordo com o instrutor, também presidente da Associação dos Aquicultores de Patrocínio do Muriaé e Barão do Monte Alto (AAQUIPAM-BMA), a atividade prevê baixo investimento, utilização de pouco espaço e mão de obra familiar, com rápido retorno econômico. Além disso, favorece a sucessão rural.

“A gente observa a fixação dos produtores na zona rural, principalmente jovens. A atividade gera remuneração significante e mensal. O interesse de produtores e municípios tem o intuito de fixar o homem no campo e gerar renda para essas famílias. Vejo um desenvolvimento e um interesse muito grande, com novas pessoas aderindo à atividade e mercado em pleno crescimento, mas que exige uma qualidade diferenciada”, analisou.

O curso do Senar oferece uma base perfeita para os produtores trabalharem, segundo o instrutor. “O Senar é referência e tem oferecido esse curso gratuitamente, levando de fato o conhecimento profundo para o produtor ter condições de conduzir a piscicultura”, comentou.

Fonte: Assessora de Comunicação SENAR MG

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