Publicado em: 26/06/2020 às 18:20hs
Como milhares de pequenos agricultores colombianos, a pandemia obrigou-o a recorrer a pessoas desempregadas para colher os grãos, pois as restrições de viagens impossibilitaram a vinda de catadores sazonais experientes.
Os novatos podem colher sem problemas o café comum. Mas seus cerca de 7 hectares espalhados no sopé dos Andes dependem de mercados especializados para grande parte dos ganhos, e o grão usado em lattes de US$ 4 em Nova York tem uma janela de colheita muito menor.
Sem acesso a profissionais capazes de colher cinco vezes mais rápido, os frutos que envolvem os grãos amadureceram e caíram dos pés de café.
“Você ainda pode vender esse café, mas, quando cai no solo, está contaminado”, disse Rojas, que espera fechar a temporada em ponto de equilíbrio. “Não há como vendê-lo como especial.”
A falta de mão de obra qualificada é mais um obstáculo em tempos de pandemia para cafeicultores como Rojas. Com muitos cafés e restaurantes ainda fechados, a Starbucks vende menos lattes.
Os contratos futuros do grão arábica acumulam baixa de 26% neste ano, eliminando a diferença com o robusta. Consumidores ainda tomam café em casa, mas normalmente marcas mais comuns e café instantâneo.
Os alarmes sobre a mão de obra também soam na América Central, onde as colheitas dependem de trabalhadores migrantes. A desvalorização cambial ajuda a amortecer o impacto para agricultores da região, mas o dólar subiu ainda mais em relação ao real, tornando o Brasil mais competitivo.
Além disso, como o setor é mais mecanizado no país, cafeicultores brasileiros também estão menos expostos a problemas de mão de obra.
Fonte: Bloomberg
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