Meio Ambiente

COCAMAR: Brasil preserva 631 milhões de ha com florestas, 66% do território

A palestra “Brasil: preservar o meio ambiente e produzir alimentos, esse é o nosso negócio”, com o supervisor do Grupo de Gestão Estratégica Territorial da Embrapa Territorial, Gustavo Spadotti, foi promovida pela Cocamar


Publicado em: 20/08/2019 às 15:50hs

COCAMAR: Brasil preserva 631 milhões de ha com florestas, 66% do território

A palestra “Brasil: preservar o meio ambiente e produzir alimentos, esse é o nosso negócio”, com o supervisor do Grupo de Gestão Estratégica Territorial da Embrapa Territorial, Gustavo Spadotti, foi promovida pela Cocamar Cooperativa Agroindustrial, na noite de segunda-feira (19/08), a um público formador de opinião na Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim) e, na manhã de terça-feira (20/08), na Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil).

Esclarecer - Empresários de vários setores, industriais, comerciantes, profissionais liberais, lideranças, autoridades e profissionais de imprensa, participaram do evento voltado a esclarecer a sociedade sobre temas como desmatamento e preservação ambiental.

Sensacionalismo - Ao abrir os trabalhos em Maringá, o presidente da Acim, Michel Felippe Soares, destacou a importância de se abrir um espaço ao agronegócio, carro-chefe da economia brasileira, para abordar um assunto que vem sendo tratado com sensacionalismo e de forma negativa.

Entender - O presidente da Cocamar, Divanir Higino, enfatizou que “a preocupação da cooperativa é informar a sociedade civil organizada sobre a questão ambiental no país para que ela possa entender a realidade e filtrar o noticiário”.

Áreas protegidas - Em sua palestra, Gustavo Spadotti citou que dos 850 milhões de hectares que compõem o território nacional, nada menos que 30,2% são áreas de florestas protegidas por lei. Segundo ele, nenhum outro país de grande extensão territorial possui um percentual tão elevado de áreas protegidas. Na Austrália são 19,2%, China 17%, EUA 13%, Rússia 9,7%, Argentina 6,9% e Índia 9%. Ao mesmo tempo, conforme dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), metade do Brasil é ocupado por propriedades rurais, com duas realidades distintas: áreas que não podem ser desmatadas e as de uso agropecuário.

Valor da terra - Spadotti mencionou que 29% dos 4,6 milhões de propriedades rurais brasileiras são destinadas à preservação ambiental (percentual que chega a 23% no Paraná). Os 29%, considerando o valor médio da terra, equivalem a R$ 2,4 trilhões; na Região Sul, a R$ 360 bilhões; no Paraná a R$ 148 bilhões e, em Maringá e Londrina, a R$ 3 bilhões.

Faturamento - Ao projetar quanto o país poderia faturar com a cultura do milho, por exemplo, se explorasse comercialmente essas terras, o palestrante disse que isto daria R$ 190 bilhões e geraria ao menos 4,4 milhões de postos de trabalho. “Nenhuma categoria profissional destina mais recursos e dinheiro à preservação ambiental do que o agricultor”, pontuou.

Preserva - Em resumo, somando as áreas protegidas, terras indígenas, parques nacionais, florestas plantadas, APPs e reservas legais, o Brasil preserva com vegetação florestal 66,3% do seu território, ou 631,7 milhões de hectares. “É uma área que equivale ao tamanho de 48 países europeus”, afirmou o palestrante. Nesse contexto, a fatia do território brasileiro destinado a agricultura é de apenas 7,8% (75 milhões de hectares) e as pastagens de 13% (160 milhões de hectares).

Compare - Num comparativo, enquanto o Brasil cultiva 7,8% do seu território, a média dos outros países do mundo é de 46%. A Dinamarca cultiva 76,8%, a Ucrânia 74,8%, a Holanda 66,2%, o Reino Unido 63,9%, a Espanha 63,7%, a Índia 60,5%, a França 58%, a Alemanha 56,9%, os EUA 18,3%, o México 17,8%, a China 17,7% e a Argentina 14%.

Segurança alimentar - “Produzindo em apenas 7,8% do seu território, o Brasil alimenta sua população de 210 milhões de habitantes, e quinta maior do mundo, e outras 1,2 bilhão de pessoas ao redor do mundo”, destacou. Em síntese, neste ano de 2019 o Brasil deve produzir 245 milhões de toneladas de grãos (recorde), 35 milhões de toneladas de tubérculos, 40 milhões de toneladas de frutas, 10 milhões de toneladas de hortaliças, 1 milhão de toneladas de amêndoas e nozes e 34 milhões de toneladas de açúcar.

Produtividade - “Os ganhos de produtividade verificados entre 1976 e 2018 pouparam 128 milhões de hectares de desmatamento”, disse Spadotti.

Origem animal - Com relação a proteínas de origem animal, o Brasil produz 7,5 milhões de toneladas de carne bovina, 13 milhões de toneladas de frango, 3,5 milhões de toneladas de suínos, 35,2 bilhões de litros de leite/ano, 4,1 bilhões de dúzias de ovos/ano e 38,5 milhões de toneladas de mel/ano, além de ovinos, caprinos, colehos, outras aves, peixes e crustáceos.

Agroenergia - Na matriz energética do país, 30,9% advém da agroenergia, o que coloca o Brasil também em posição de liderança no mundo, com 43,5% de participação em energia renovável, enquanto a média global é de 13,7% e os países da OCDE ficam em 10,1%.

Desmatamento - O ano de 2004, segundo Spadotti, foi o de maior desmatamento na Amazônia (28 milhões de km2), havendo, nos anos seguintes, um forte declínio. Nos últimos anos, a média tem ficado ao redor de 8 mil km2, quantidade que seria grande para a região de Maringá, mas muito pequena para a Amazônia. “É preciso discernir se o desmatamento, em parte, está ocorrendo em locais onde ele é autorizado por lei”, lembrou Spadotti, enfatizando que na Amazônia os produtores devem preservar com florestas 80% de suas terras.

Fonte: Imprensa Cocamar

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