Quem acessou, ontem, as informações da SECEX/ME para saber do resultado das exportações de março passado deve ter se assustado com alguns dos números divulgados. No caso da carne de frango in natura, por exemplo, o órgão apontou que o produto apresentou queda de receita de 14,8% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Na verdade, foi uma espécie de “1º de abril”. Porque resultados como o acima apontado levaram em conta o número de dias úteis do mês. E, efetivamente, sob esse aspecto, os resultados da carne de frango foram todos negativos, pois, além do recuo de 14,8% na receita cambial, houve queda de 11,7% no volume embarcado e de outros 3,5%no preço médio do produto.

A questão é que março de 2020, em termos de dias úteis, foi mais longo que março do ano passado: 3 (três!) dias a mais. E 4 (quatro) a mais em relação a fevereiro de 2020. O que faz significativa diferença.

Assim, o volume exportado, de quase 325 mil toneladas, foi – embora não muito - maior que o do mês anterior (324,3 mil toneladas) e o de março de 2019 (317,4 mil toneladas), enquanto a receita, embora negativa, registrou índices de recuo expressivamente menores: menos 0,71% em comparação ao mês anterior. E menos 1,31% em relação a março de 2019 .

Considerados esses resultados e, sobretudo, a situação sanitária que afeta o mundo neste momento, com a semiparalisação do comércio internacional, não é equivocado concluir que no primeiro trimestre do ano as exportações de carne de frango apresentaram bom desempenho.

Para demonstrar, basta observar que o volume embarcado no período, pouco superior a 950 mil toneladas, registrou aumento anual próximo de 10%. Já a receita cambial, próxima de US$1,5 bilhão, apresentou incremento 8,23%. E, neste caso, o índice de expansão menor que o do volume decorreu de uma queda no preço médio do produto, perto de 1% menor que o do primeiro trimestre de 2019.