Clima

AGRICULTURA: El Niño fraco deve ‘poupar’ safra 2018/19

A formação de El Niño não deve trazer grandes dores de cabeças para os produtores brasileiros neste ciclo 2018/19


Publicado em: 10/12/2018 às 10:20hs

AGRICULTURA: El Niño fraco deve ‘poupar’ safra 2018/19

Contudo, gastos maiores com agrotóxicos são esperados para a temporada. “Há indícios de El Niño, mas a atmosfera não está se comportando como se houvesse”, afirmou Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima.

Alerta - Na segunda-feira (03/12), o escritório de meteorologia do governo da Austrália manteve alerta para a formação de El Niño, mas indicou que a atmosfera não está reforçando as condições do Oceano Pacífico. A tendência, segundo meteorologistas, é que não sejam registrados nesta safra longos períodos de estiagem durante a fase de formação dos grãos no Centro-Oeste e Norte, nem de chuvas em excesso ao Sul, como é de costume quando o fenômeno se forma.

Intensidade fraca - Para Heloísa Pereira, meteorologista da Somar, o clima deve refletir as condições de El Niño já no meio do verão, mas a intensidade do fenômeno será fraca. “Em meados de janeiro e fevereiro, deveremos ter chuvas irregulares no Brasil Central e mais concentradas no Sul”, disse.

Gasto - Como nem tudo são flores, o produtor deverá gastar mais neste ciclo com tratos culturais. A incidência atual de chuvas no Centro-Oeste deve aumentar consideravelmente a proliferação de pragas. A última projeção do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) indica alta de 9,4% nos gastos da safra em 2018/19.

Ferrugem - “Até o momento, não houve tratos culturais na soja em Mato Grosso. Com certeza, haverá focos de ferrugem”, disse Santos. O agrometeorologista avalia que, ainda assim, a produção de soja no país deve ficar entre 122 milhões e 124 milhões de toneladas. “Sem nenhum problema climático, o potencial seria de 127 milhões de toneladas. É uma redução de potencial produtivo”, explicou ele.

Tempo - Pereira disse que a Somar Meteorologia prevê tempo quente e úmido entre Goiás e Mato Grosso, “o que já pode favorecer o desenvolvimento da ferrugem asiática”.

Milho - Quanto ao milho “safrinha”, que começará a ser semeado no Centro-Oeste em janeiro, também há indícios de que a produção não estará ameaçada. Cerca de 80% da área deverá ser plantada até 15 de fevereiro, o que deve garantir chuvas para o desenvolvimento dos grãos. “O cenário é extremamente favorável, mas é mais consequência de plantio dentro da janela ideal que de clima”, disse Santos. Na safrinha de 2017/18 houve queda de 15% da produtividade.

Matopiba - A região mais sensível ao El Niño deve ser o Matopiba (confluência entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Pereira explicou que, no momento, as chuvas na região estão acima da média, o que pode levar ao desenvolvimento de raízes pouco profundas. Mais para frente, quando as chuvas ficarem mais irregulares, as plantas poderão ter dificuldades de se desenvolver. Além disso, o solo mais arenoso também torna a região mais suscetível às intempéries, disse ele.

Demais culturas - Nas demais culturas, o clima não deve ser um problema. As áreas de café entre São Paulo e Minas Gerais devem receber chuvas abaixo da média entre janeiro e fevereiro, mas ambas já registraram precipitações volumosas na primavera, provocando a abertura de floradas, disse Pereira. Em algumas regiões, porém, não houve bom pegamento da florada, segundo produtores.

Na média - Na maior parte do Sudeste, contudo, as chuvas devem ficar dentro da média, segundo a Somar, o que deve favorecer os pomares de laranja e particularmente as lavouras de cana, em um período crítico para o desenvolvimento.

Algodão - Para o algodão pode ocorrer perda de qualidade por causa das chuvas acima da média. “Mas serão problemas pontuais. Nada que traga preocupações maiores com a safra”, avaliou Santos.

AGRICULTURA: El Niño fraco deve ‘poupar’ safra 2018/19
A formação de El Niño não deve trazer grandes dores de cabeças para os produtores brasileiros neste ciclo 2018/19. Contudo, gastos maiores com agrotóxicos são esperados para a temporada. “Há indícios de El Niño, mas a atmosfera não está se comportando como se houvesse”, afirmou Marco Antonio dos Santos, agrometeorologista da Rural Clima.
Alerta - Na segunda-feira (03/12), o escritório de meteorologia do governo da Austrália manteve alerta para a formação de El Niño, mas indicou que a atmosfera não está reforçando as condições do Oceano Pacífico. A tendência, segundo meteorologistas, é que não sejam registrados nesta safra longos períodos de estiagem durante a fase de formação dos grãos no Centro-Oeste e Norte, nem de chuvas em excesso ao Sul, como é de costume quando o fenômeno se forma.
Intensidade fraca - Para Heloísa Pereira, meteorologista da Somar, o clima deve refletir as condições de El Niño já no meio do verão, mas a intensidade do fenômeno será fraca. “Em meados de janeiro e fevereiro, deveremos ter chuvas irregulares no Brasil Central e mais concentradas no Sul”, disse.
Gasto - Como nem tudo são flores, o produtor deverá gastar mais neste ciclo com tratos culturais. A incidência atual de chuvas no Centro-Oeste deve aumentar consideravelmente a proliferação de pragas. A última projeção do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) indica alta de 9,4% nos gastos da safra em 2018/19.
Ferrugem - “Até o momento, não houve tratos culturais na soja em Mato Grosso. Com certeza, haverá focos de ferrugem”, disse Santos. O agrometeorologista avalia que, ainda assim, a produção de soja no país deve ficar entre 122 milhões e 124 milhões de toneladas. “Sem nenhum problema climático, o potencial seria de 127 milhões de toneladas. É uma redução de potencial produtivo”, explicou ele.
Tempo - Pereira disse que a Somar Meteorologia prevê tempo quente e úmido entre Goiás e Mato Grosso, “o que já pode favorecer o desenvolvimento da ferrugem asiática”.
Milho - Quanto ao milho “safrinha”, que começará a ser semeado no Centro-Oeste em janeiro, também há indícios de que a produção não estará ameaçada. Cerca de 80% da área deverá ser plantada até 15 de fevereiro, o que deve garantir chuvas para o desenvolvimento dos grãos. “O cenário é extremamente favorável, mas é mais consequência de plantio dentro da janela ideal que de clima”, disse Santos. Na safrinha de 2017/18 houve queda de 15% da produtividade.
Matopiba - A região mais sensível ao El Niño deve ser o Matopiba (confluência entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Pereira explicou que, no momento, as chuvas na região estão acima da média, o que pode levar ao desenvolvimento de raízes pouco profundas. Mais para frente, quando as chuvas ficarem mais irregulares, as plantas poderão ter dificuldades de se desenvolver. Além disso, o solo mais arenoso também torna a região mais suscetível às intempéries, disse ele.
Demais culturas - Nas demais culturas, o clima não deve ser um problema. As áreas de café entre São Paulo e Minas Gerais devem receber chuvas abaixo da média entre janeiro e fevereiro, mas ambas já registraram precipitações volumosas na primavera, provocando a abertura de floradas, disse Pereira. Em algumas regiões, porém, não houve bom pegamento da florada, segundo produtores.
Na média - Na maior parte do Sudeste, contudo, as chuvas devem ficar dentro da média, segundo a Somar, o que deve favorecer os pomares de laranja e particularmente as lavouras de cana, em um período crítico para o desenvolvimento.
Algodão - Para o algodão pode ocorrer perda de qualidade por causa das chuvas acima da média. “Mas serão problemas pontuais. Nada que traga preocupações maiores com a safra”, avaliou Santos.
Portal Paraná Cooperativo

Fonte: Portal Paraná Cooperativo

◄ Leia outras notícias