Preços Agropecuários

Queda no preço das commodities pesa para exportadoras

As exportadoras, que vinham apresentando resultados positivos na esteira da valorização do dólar, também devem mostrar um segundo trimestre mais fraco por conta do recuo nos preços das commodities


Publicado em: 21/07/2014 às 11:00hs

Queda no preço das commodities pesa para exportadoras

A expectativa é que a Vale e as fabricantes de celulose apresentem piora nos resultados operacionais, ainda que a última linha do balanço seja beneficiada pelo efeito financeiro da apreciação do real frente ao dólar em relação ao fim de março.

O Credit Suisse prevê queda de 7% no resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês) da Fibria no segundo trimestre em relação a um ano antes, para R$ 600 milhões. Para a concorrente Suzano, a expectativa é que o indicador recue 3%, para R$ 515 milhões, principalmente por conta da redução de quase 10% dos preços da celulose de fibra curta no mercado europeu. Analistas acrescentam que as margens também podem ser pressionadas por conta do aumentos do preço da energia elétrica.

O Itaú BBA diz que o segmento de papel deve ajudar a segurar os resultados piores da celulose. O banco tem estimativas melhores especialmente para Suzano e Klabin e lembra que sazonalmente o segundo trimestre é, de fato, melhor para quem produz papel.

No caso da Vale, a queda do minério no mercado spot foi ainda mais forte na comparação anual, de 17,6%, para US$ 103 a tonelada. A previsão, no entanto, é que volumes maiores de vendas compensem em parte esse efeito, impulsionados sobretudo pelo aquecimento da demanda do insumo por parte da construção civil chinesa, diz Andreas Bokkenheuser, do UBS.

Felipe Reis, do Santander acrescenta ainda que a divisão de metais não ferrosos ajudará a conter as perdas de receita com minério de ferro. O preço do níquel, por exemplo, continua subindo - ante o primeiro trimestre, o aumento foi de 29%. Mesmo assim, a estimativa do banco é de queda em 25% no Ebitda da Vale, em relação ao segundo trimestre de 2013.

Analistas consultados pelo Valor alertam ainda para os efeitos de mudanças no método de precificação do minério. No começo do ano, a Vale já surpreendeu ao ter de dar baixa no preço realizado anteriormente, porque utilizou o método "provisório" de determinação do preço - se a cotação real mudar ao fim do trimestre, ajustes são necessários. A empresa se reuniu com bancos de investimentos para explicar que, com a maior volatilidade do insumo, o preço realizado deve cair US$ 2 por tonelada com novas baixas.

Na contramão, o destaque do trimestre deve ficar com as empresas de proteína animal, beneficiadas pela forte demanda e preços elevados da carne bovina. O Goldman Sachs ressalta que a perspectiva é positiva para os negócios da JBS nos Estados Unidos, com previsão de melhoras na margem Ebitda, em função da maior disponibilidade gado bovino para abate. O banco espera também forte desempenho da Pilgrim's Pride, de frango, em função de menores custos de ração.

Na mesma linha, os resultados da BRF - dona das marcas Perdigão e Sadia - deve ser forte, com alta de 15% no Ebitda, na avaliação do Goldman Sachs, para R$ 920 milhões. O desempenho deve ocorrer principalmente por conta de aumento de preços e custos mais moderados. Para a receita líquida, a expectativa é de alta de apenas 1%, para R$ 7,59 bilhões.

Fonte: Avisite

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