Nos últimos 14 meses, por exemplo, ao comparar-se a evolução dos preços recebidos com a evolução dos custos, fica claro que, após o trimestre inicial de 2013, em apenas uma ocasião (setembro/outubro) os dois fatores voltaram a se aproximar.

Assim, embora no primeiro semestre do ano passado tenha sido perceptível um forte refluxo dos custos de produção, o preço recebido pelo produtor teve queda significativamente maior.

No mês de maio, por exemplo, gastou-se na produção de um quilo de frango valor quase 10% menor que o enfrentado em janeiro. Em contrapartida, o valor recebido pelo avicultor sofreu queda de, praticamente, 40%.

Pelos últimos dados divulgados pela Embrapa Suínos e Aves, em janeiro de 2014 o custo de produção do frango no interior paulista registrava alta de pouco mais de 6% em relação ao mesmo mês de 2013.

Esse aumento, convenhamos, não chega a ser alarmante, inclusive porque apenas acompanha (com ligeira alta) a inflação acumulada nesses 12 meses.

O problema está do outro lado, no preço recebido. Que, passado o pico registrado em setembro/13, só tem feito recuar. Em janeiro último estava 16,6% abaixo do valor registrado um ano antes, o que, em relação ao custo, significa perda de mais de 23%.

Uma vez que o frango vivo vai encerrando o quarto mês de 2014 com uma cotação média correspondente a cerca de 80% do valor alcançado no início de 2013, já se pode estimar que a diferença negativa em relação à evolução do custo anda por volta dos 30%. Pois este só tem feito aumentar. E a alta não dá mostras de cessar tão cedo.