Depois de um ano rentável para o agronegócio nacional, 2014 começou a mostrar que a tendência para este e os próximos anos será de foco na produtividade, eficiência e qualificação do agricultor. A opinião é compartilhada por executivos das maiores empresas do setor em Londrina.

Vice-presidente da Belagrícola, Flávio Andreo diz que 2013 foi um período expansionista para a agricultura, pela produtividade e pelo alto preço das commodities, difícil de ser repetido em 2014. "Devemos ter uma correção nisso porque estamos vendo os preços menores e tivemos uma quebra de safra na nossa região", diz. Porém, ele vê apenas como uma movimentação normal do mercado e ainda espera que a empresa cresça de 5% a 10% no ano.

O presidente da Adama no Brasil, Rodrigo Gutierrez, considera 2014 um ano bom, mas com sinais perigosos. "Mais de 50% dos agricultores não fixaram preço de venda da próxima safra, o que gera receio no mercado e dificuldade em fixar crédito para clientes", diz. Ele acredita em alta de 20% na receita da empresa ante 2013. "Temos de trabalhar para que o agricultor tenha boa produtividade."

O presidente da Integrada, Jorge Hashimoto, afirma que o mercado está estabilizado. "O produtor precisa se preocupar em melhorar a eficiência, a produtividade, cuidar dos custos e ter o timing (escolha do momento, em inglês) certo para fechar a venda", sugere. Nesse cenário, a cooperativa investe na agroindústria para agregar valor à produção. Foram R$ 80 milhões em uma fábrica de processamento de milho em Andirá, que está quase pronta, e mais R$ 25 milhões em uma de ração em Londrina, ainda em projeto. Para 2014, a estimativa é bater os R$ 2 bilhões em receita líquida.

Para o diretor de Controladoria e de Relações com Investidores da Cia Cacique de Café Solúvel, Paulo Roberto Ferro, 2013 já não foi um ano tão bom pela baixa no preço da commodity café, mas o aumento em volume compensou. Para 2014, o objetivo é crescer acima das projeções do consumo. "O mundo precisa de um agronegócio forte e com tecnologia."