Publicado em: 28/08/2013 às 10:50hs
Dessa forma, simples mudanças no volume de um ou outro item interferem no preço médio registrado. De toda forma, parece estar claro que os preços obtidos pelos exportadores brasileiros vêm evoluindo menos que o obtido pelos norte-americanos.
A análise dos dados da Agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) relativos aos últimos cinco anos mostra que em 2008 os preços brasileiros foram 90% superiores (Brasil: US$1.896/t; EUA: US$997/T). Três anos depois (2011) a diferença havia recuado para 81%. Já nos últimos 12 meses (agosto de 2012 a julho de 2013), o adicional médio ficou em 68%.
(Abrindo rápido parêntese, não custa mencionar que, ainda assim, o resultado mais recente é melhor que o do trimestre maio/julho de 2012, ocasião em que os preços brasileiros ficaram apenas 48% acima dos alcançados pelos EUA. Para quem não lembra, esse foi um dos piores momentos enfrentados internamente no ano que passou e, como se constata, respingou diretamente no mercado externo).
O mais preocupante, porém, é constatar que enquanto os preços obtidos pelo frango dos EUA vêm numa evolução quase contínua, os do Brasil retrocedem.
Assim, por exemplo, enquanto os EUA fecharam julho passado com uma valorização de mais de 15% em relação ao que foi registrado em janeiro de 2011, o Brasil praticamente retrocede aos preços de 30 meses, apresentando valorização de apenas 1,3%.
Naturalmente, parte desse desempenho pode estar relacionada à valorização do dólar. Mas esse é um episódio recente.
Notar, neste caso, que no primeiro semestre de 2011 e mesmo durante parte do segundo semestre daquele ano os preços dos dois países tiveram evolução muito similar. Mas, então, os preços brasileiros começam a sofrer um descolamento, só revertido de forma mais efetiva no primeiro quadrimestre deste ano. A valorização posterior do dólar parece ter feito com que, novamente, os preços despencassem.
O principal efeito disso pode ser observado nos dados da SECEX/MDIC: em julho passado e comparativamente a março de 2011, a receita cambial da carne de frango in natura foi 4,32% menor, pois embora o volume embarcado tivesse aumentado 2,71%, o preço médio do produto foi 6,85% inferior.
Ou seja: se, como se alardeou, em julho passado a receita cambial do frango atingiu, em real, valor que representa recorde histórico, foi apenas porque nossa moeda sofreu forte desvalorização.
Fonte: Avisite
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