Publicado em: 22/09/2022 às 11:10hs
Assim como esperado pelo setor, o preço do leite captado em julho e pago aos produtores em agosto registrou mais uma forte alta, de 11,8% frente ao mês anterior, chegando a R$ 3,5707/litro na “Média Brasil” líquida do Cepea – novo recorde da série histórica, iniciada em 2004. Com isso, o leite no campo acumula valorização real de 60,7% desde o início de 2022 (os valores foram deflacionados pelo IPCA de julho/22). Contudo, o movimento altista parece ter chegado ao fim, e pesquisas do Cepea ainda em andamento mostram que a “Média Brasil” de setembro (referente à captação de agosto) pode recuar em torno de 50 centavos.
A inflação tem pressionado o poder de compra do consumidor, levando-o a reduzir gastos e deixar de consumir alguns produtos, enfraquecendo a procura. Entre junho e julho, com a falta de estoques, os preços atingiram patamares bastante altos – o que levou à diminuição da demanda em agosto, forçando a indústria e os canais de distribuição a pressionar as cotações. Assim, houve inversão na tendência de preços no mercado de derivados em agosto, com expressiva queda dos valores negociados no atacado.
As importações de derivados lácteos subiram em agosto pelo quinto mês consecutivo. Conforme dados da Secex, o Brasil adquiriu 177 milhões de litros em equivalente leite no último mês, 63,8% acima do volume importado em julho/22. Frente ao mesmo período do ano passado, a alta foi de 130,3%. Esse cenário esteve atrelado principalmente à baixa oferta de leite no mercado interno.
Assim como no mês de julho, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira registrou queda em agosto. A retração foi de 0,40% na “Média Brasil”, que considera BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP. Os principais recuos observados nos custos das propriedades em agosto vieram dos grupos dos combustíveis, medicamentos de controle parasitário, fertilizantes e, em alguns estados, dos concentrados. De janeiro a agosto de 2022, o COE tem alta acumulada de 3,85%, a menor para o período desde 2019, já que em 2020 e 2021, os aumentos foram de 7,57% e de 14,05%, respectivamente.
Fonte: CEPEA
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