Preços Agropecuários

Mercado do milho segue travado no Brasil, enquanto preços futuros recuam na B3 e em Chicago

Negociações lentas e preços estáveis nas principais praças produtoras


Publicado em: 07/11/2025 às 11:20hs

Mercado do milho segue travado no Brasil, enquanto preços futuros recuam na B3 e em Chicago
Foto: CNA

O mercado físico de milho continua apresentando pouca movimentação em diversas regiões do país. Segundo levantamento da TF Agroeconômica, os negócios seguem travados em razão da distância entre as ofertas das indústrias e as pedidas dos produtores.

No Rio Grande do Sul, as indicações de compra variam entre R$ 58,00 e R$ 72,00 por saca, com média estadual em R$ 62,00, de acordo com dados da Emater/RS-Ascar. O milho futuro para fevereiro de 2026 segue cotado em R$ 69,00 por saca no porto, mantendo um ambiente de estabilidade e sem perspectivas de alta expressiva no curto prazo.

Em Santa Catarina, o cenário é semelhante. Produtores mantêm pedidas próximas de R$ 80,00 por saca, enquanto as indústrias ofertam valores em torno de R$ 70,00, o que tem travado as negociações. No Planalto Norte, as poucas transações registradas oscilam entre R$ 71,00 e R$ 75,00 por saca, sem avanços significativos.

No Paraná, as condições climáticas têm favorecido as lavouras, mas as negociações permanecem lentas. As pedidas dos produtores giram em torno de R$ 75,00 por saca, enquanto as ofertas das indústrias ficam próximas de R$ 70,00 CIF, mantendo o mercado spot praticamente parado.

No Mato Grosso do Sul, a demanda local segue sustentada pelo setor de bioenergia, com preços entre R$ 51,00 e R$ 54,00 por saca. Maracaju lidera as referências estaduais, enquanto Chapadão do Sul registra boas altas semanais. Apesar de ajustes pontuais, a demanda externa enfraquecida limita o avanço das negociações.

Preços futuros do milho operam em queda na B3 e em Chicago

Os contratos futuros do milho abriram a sexta-feira (7) em leve queda na Bolsa Brasileira de Mercadorias (B3). Por volta das 10h07 (horário de Brasília), as cotações variavam entre R$ 68,04 e R$ 72,97 por saca.

O contrato novembro/25 recuava 0,23%, a R$ 68,04, enquanto o janeiro/26 valia R$ 71,36 (-0,20%). O vencimento março/26 era negociado a R$ 72,97 (-0,04%), e o maio/26 operava a R$ 71,91, queda de 0,21%.

No mercado internacional, os preços na Bolsa de Chicago (CBOT) também registravam leves baixas. O contrato dezembro/25 recuava para US$ 4,28 por bushel, o março/26 era cotado a US$ 4,42, o maio/26 a US$ 4,51 e o julho/26 a US$ 4,57, todos com perdas entre 0,25 e 0,50 ponto.

Segundo o site Successful Farming, o mercado se manteve cauteloso diante das incertezas sobre as compras da China de produtos agrícolas norte-americanos. Embora o país tenha anunciado intenção de adquirir até 12 milhões de toneladas de soja dos EUA neste ano, além de 25 milhões de toneladas por ano nos próximos três anos, as compras efetivas têm sido pequenas. Analistas apontam que o gigante asiático preferiu adquirir recentemente 20 carregamentos de soja brasileira, o que trouxe instabilidade às cotações.

Desvalorização do dólar pressiona cotações internas

Na quinta-feira (6), o mercado futuro de milho encerrou o dia com desempenho misto na B3, acompanhando o movimento internacional e a oscilação cambial. De acordo com a TF Agroeconômica, os contratos mais próximos refletiram a queda do dólar e o recuo das cotações em Chicago, enquanto os vencimentos longos encontraram suporte nas incertezas climáticas e nos atrasos do plantio da primeira safra de milho e soja no Brasil.

O contrato novembro/25 fechou a R$ 68,22, com baixa de R$ 0,22 no dia, mas ainda acumulando alta semanal de R$ 0,51. O vencimento janeiro/26 caiu R$ 0,31, encerrando a R$ 71,47, com ganho semanal de R$ 0,35. Já o março/26 terminou a R$ 72,94, queda diária de R$ 0,21, mas leve alta de R$ 0,11 na semana.

Em Chicago, o milho recuou mais de 1,5%, pressionado pela queda expressiva do trigo e do farelo de soja. O contrato dezembro fechou a US$ 4,28 por bushel (-1,55%), enquanto o março encerrou a US$ 4,42 (-1,50%). O avanço da colheita nos Estados Unidos e a falta de interesse da China pelo milho americano também contribuíram para a retração dos preços.

Apesar do enfraquecimento momentâneo, analistas avaliam que a demanda global pelo cereal ainda sustenta certo otimismo no médio prazo. No entanto, a volatilidade deve permanecer elevada nas próximas semanas, influenciada pelo câmbio, pelo avanço das lavouras brasileiras e pelas condições climáticas no Hemisfério Norte.

Fonte: Portal do Agronegócio

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