Publicado em: 09/07/2025 às 11:10hs
O mercado de milho nos estados do Sul do Brasil mostra pouca atividade, com negociações travadas e baixa liquidez. No Rio Grande do Sul, conforme informações da TF Agroeconômica, as indicações de compra têm caído diante da apatia da demanda. Compradores oferecem valores abaixo dos preços pedidos pelos vendedores, que variam entre R$ 66,00 e R$ 70,00 para entrega em agosto, sem que os negócios avancem. Os preços atuais praticados são: R$ 64,00 em Santa Rosa e Ijuí, R$ 65,00 em Não-Me-Toque, R$ 67,00 em Marau, Gaurama e Seberi, e R$ 68,00 em Arroio do Meio, Lajeado e Montenegro.
Em Santa Catarina, o mercado permanece praticamente congelado devido ao impasse entre compradores e vendedores. Na região do Planalto Norte, os preços pedidos são firmes em R$ 80,00 por saca, enquanto as ofertas não ultrapassam R$ 75,00. Em Campos Novos, a diferença é ainda maior, com pedidos entre R$ 83,00 e R$ 85,00 contra ofertas CIF de até R$ 75,00, dificultando a realização de negócios.
No Paraná, a colheita lenta e as recentes geadas aumentam as incertezas sobre a safra. O mercado local também apresenta baixa liquidez, com preços pedidos firmes e pouca disposição para compra. Nos Campos Gerais, o milho disponível é ofertado a R$ 76,00 por saca FOB, com registros pontuais em R$ 80,00, enquanto as ofertas CIF giram em torno de R$ 73,00, direcionadas principalmente para a indústria de rações.
No Mato Grosso do Sul, o cenário também é de baixa movimentação e queda nos preços, especialmente em Sidrolândia, que registrou as maiores retrações. Compradores e vendedores mantêm postura cautelosa, o que dificulta o avanço das negociações.
Na Bolsa Brasileira (B3), os contratos futuros de milho iniciaram a quarta-feira (09) em alta, com as principais cotações oscilando entre R$ 62,48 e R$ 71,70 por volta das 10h07. O contrato com vencimento em julho/25 era cotado a R$ 62,48, com valorização de 0,58%, enquanto setembro/25 avançava 0,37%, sendo negociado a R$ 62,63. Novembro/25 e janeiro/26 também registravam leves altas.
Já na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços futuros operavam predominantemente em queda por volta das 09h44 (horário de Brasília). O contrato de setembro/25 recuava 0,75 ponto, cotado a US$ 3,97, e dezembro/25 caía 2 pontos, sendo negociado a US$ 4,12. O vencimento março/26 apresentava baixa de 1,75 ponto, a US$ 4,29. A queda é atribuída ao clima favorável nas regiões produtoras dos EUA, que favorece uma safra robusta, e à tensão comercial após anúncio de possíveis tarifas pesadas pelo governo americano.
Segundo Bruce Blythe, analista da Farm Futures, a ameaça de tarifas de 25% sobre produtos como cobre e farmacêuticos para países como Japão e Coreia do Sul, grandes compradores de grãos dos EUA, adiciona pressão negativa aos preços internacionais.
Apesar da queda no mercado externo e da valorização do real frente ao dólar, os preços do milho no Brasil subiram na terça-feira (9) na B3, especialmente nos contratos com vencimentos mais próximos. O principal motivo é o atraso na colheita da segunda safra, que reduz a oferta imediata e gera incerteza sobre o abastecimento do mercado doméstico.
Dados da Conab indicam que até o início desta semana apenas 27,7% da área total da safrinha foi colhida, bem abaixo da média histórica de 39,5% para o período. Esse atraso também começa a impactar o ritmo das exportações brasileiras, justamente no momento em que o país enfrenta maior competição com o milho dos EUA.
Os contratos futuros de milho na B3 encerraram o dia com ganhos: julho/25 subiu R$ 0,63, fechando a R$ 62,24; setembro/25 avançou R$ 0,51, para R$ 62,45; e novembro/25 teve alta de R$ 0,37, fechando a R$ 66,59. No entanto, o contrato de julho acumula leve queda na semana, enquanto os vencimentos de setembro e novembro apresentam ganhos.
No cenário internacional, mesmo com uma venda recente de 112 mil toneladas de milho dos EUA para o México, o mercado de Chicago mantém o viés de baixa, diante da expectativa de uma safra recorde e dos riscos comerciais. O USDA elevou a estimativa das lavouras em condições boas ou excelentes em 1 ponto percentual, superando o desempenho do ano passado.
Fonte: Portal do Agronegócio
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