Publicado em: 10/02/2014 às 12:20hs
O governo brasileiro encerrou nesta sexta-feira o seu ciclo de leilões de oferta de arroz para o ano comercial 2013/14 – que vai de 1º de março de 2013 a 28 de fevereiro de 2014 -, negociando 38.737,9 toneladas do cereal em casca no Rio Grande do Sul, o que equivale a 86,4% das 44.812,4 toneladas disponibilizadas através da Bolsa Brasileira de Mercadorias pela Companhia Nacional de Abastecimento - Conab.
O leilão do aviso 019/14 alcançou a venda de 22.998,8 toneladas das 28.268,1 disponibilizadas, o que corresponde a 81,36%. A média ponderada de fechamento, equivalente à saca de 50 quilos de arroz em casca, foi de R$ 34,55. Houve pequeno ágio em alguns lotes. A venda de um lote foi cancelada por questões técnicas. Já no aviso 020/14 foram ofertadas 16.549,4 toneladas de arroz do grão dos estoques públicos pela Conab, com comercialização de 15.739,2, o que equivale a expressivos 95,4%. A média ponderada de fechamento foi de R$ 34,66 e todos os lotes foram vendidos, com disputa em alguns deles e ágio.
Henrique Osório Dornelles, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul - Federarroz, considera que a temporada de leilões do governo federal ocorreu diante do que o setor produtivo esperava. As regras foram estabelecidas antecipadamente, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA adotou algumas sugestões do setor para não enfraquecer as cotações no mercado e conseguiu manter suas ações equilibradas. Desta maneira, se os preços não recuaram, não aumentaram ao ponto de preocupar a área econômica do governo sobre uma escalada inflacionária. “A venda desta sexta-feira confirma que o mercado está demandado mesmo na safra e ratifica a tendência de preços próximos de R$ 34,00 para a época de colheita”, considera o dirigente arrozeiro.
Lembra que o fato de o ano comercial 2014/15 começar com os estoques públicos em torno de 600 mil toneladas, que é o menor nível do saldo regulador oficial em mais de uma década, dará a tranquilidade necessária para que o mercado se ajuste e o produtor realize uma boa colheita e se planeje para promover uma oferta gradual, ajustada às necessidades de abastecimento e realmente obtendo renda com sua atividade. “Com os preços nas margens atuais ou na faixa dos R$ 34,00, o governo não precisará intervir para realizar compras e formar novos estoques, o que estabelece também uma tendência de futuro mais promissor e equilibrado para o mercado de arroz do Brasil”, acrescenta.
Para Henrique Osório Dornelles, a ação de oferta do governo foi gradual e adequada, dando continuidade a um processo de longo prazo, iniciado em 2012 com aporte de recursos ao setor para resgatar a orizicultura de um sério problema de crédito, endividamento e, principalmente, uma grave crise de preços e renda. “Nesta quinta-feira (06/2) em audiências com as principais lideranças políticas do País em Brasília (DF), o que ouvimos nos deixou mais tranquilos: o governo tem plena consciência de que o arroz gaúcho é uma importante garantia de segurança alimentar ao brasileiro, há o entendimento de que o produtor precisa de renda, e que o poder executivo quer intervir o mínimo possível, seja para comprar ou ofertar arroz, permitindo que o mercado se regule por suas regras e mantendo um estoque público adequado ao atendimento apenas de eventuais problemas sociais ou, o que seria ainda mais raro, abastecimento”, diz.
Desta maneira, a Federarroz trabalha com uma projeção otimista para a comercialização ao longo de 2014, com rendimentos acima dos obtidos ao longo de 2013. Mas, vale lembrar, porém, que parte dos produtores comercializou sua safra no primeiro semestre de 2013, com preços entre R$ 30,00 e R$ 32,00, na média. O que não representou muito mais do que a cobertura dos custos. “O cenário indica uma temporada mais rentável, como o orizicultor está desejando e merecendo há muitos anos. Esperamos e faremos todo o possível para que se confirme”, resume.
Fonte: Federarroz
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