Preços Agropecuários

Aumento de Preços no Índice CEAGESP em Setembro: Verduras Sob Destaque

O setor de verduras registrou redução de preços, mesmo diante de condições climáticas adversas


Publicado em: 09/10/2024 às 11:05hs

Aumento de Preços no Índice CEAGESP em Setembro: Verduras Sob Destaque

O índice de preços CEAGESP encerrou o mês de setembro com uma variação positiva de 2,42%, em contraste com a queda de 0,55% observada no mês anterior. No mesmo período do ano passado, o índice havia registrado uma variação de 2,72%. Com esse resultado, o acumulado do índice no ano atingiu -2,47%, enquanto em 12 meses a alta foi de 11,15%.

O setor que mais se destacou neste período foi o de verduras, que, apesar das altas temperaturas e do clima seco, apresentou uma diminuição nos preços. Desde maio, esse segmento tem acumulado sucessivas variações negativas. Entre os setores analisados, as verduras são as que mais enfrentam reduções de preços tanto no acumulado do ano quanto nos últimos doze meses.

Setorização

O setor de frutas registrou uma variação de 4,50%, superior à alta de 3,40% do mês anterior. Em comparação ao mesmo período do ano passado, a variação foi de 5,82%. Assim, o setor fechou o mês com um acumulado de 4,62% no ano e de 14,66% em 12 meses. Dos 48 itens cotados, 56% tiveram aumento de preço, destacando-se o maracujá azedo (+62,20%), o limão taiti (+57,69%) e a laranja lima (+25,01%). Em contrapartida, as principais reduções ocorreram no preço do mamão havaí (-33,03%) e da manga tommy atkins (-30,44%).

As altas temperaturas e a falta de chuvas têm impactado a produção e a qualidade dos citros. A laranja, em especial, enfrenta dificuldades devido à propagação do greening nas regiões produtoras, especialmente no interior paulista. Produtores estão migrando para outras áreas, o que compromete a oferta de curto e médio prazo. Além disso, a demanda da indústria por laranjas "de mesa" para a produção de sucos destinados à exportação tem mantido os preços em alta. No Entreposto Terminal São Paulo (ETSP), a laranja lima foi cotada a R$ 4,97/kg, enquanto a variedade pera ficou em R$ 3,91/kg.

No que diz respeito ao limão taiti, além das condições climáticas, o produto está em entressafra, com sazonalidade entre maio e outubro, o que deve continuar a elevar os preços no mercado atacadista.

O setor de legumes apresentou uma variação de 1,58%, em contraste com a queda de 0,74% do mês anterior. No mesmo período do ano passado, a variação foi de -2,48%. Com isso, o setor encerrou o mês com um acumulado de -14,20% no ano e 0,24% em 12 meses. Dos 32 itens analisados, 63% mostraram aumento de preço. Os principais aumentos foram observados no inhame (+48,54%), jiló (+46,09%) e pimentão verde (+38,03%).

A redução na oferta de legumes, especialmente do jiló e dos pepinos japonês e comum, contribuiu para o aumento de preços. Comparado ao ano anterior, o jiló apresentou uma redução de 12,4% na oferta, com uma queda mensal de 22,9%. Os pepinos, por sua vez, tiveram reduções de 15,2% e 9,1%, respectivamente, em termos anuais e mensais. O clima quente e seco afetou a qualidade e a produção das hortaliças.

O setor de verduras, por sua vez, variou -8,74%, enquanto a variação do mês anterior foi de -6,44%. Em relação ao mesmo período do ano passado, a variação foi de -4,44%. No acumulado do ano, a queda foi de 32,25%, e em 12 meses, de 6,12%. Dos 39 itens cotados, 85% apresentaram redução de preço. As principais quedas foram nos preços do almeirão comum (-32,76%), da couve-flor (-27,64%) e do repolho verde/liso (-22,00%).

Apesar das altas temperaturas, o setor de verduras enfrentou dificuldades na comercialização. A redução na oferta de brócolis ramoso (-47,1%), escarola (-9,9%), almeirão comum (-5,3%) e repolho verde (-2,3%) não foi suficiente para elevar os preços. No mercado atacadista, o brócolis ramoso fechou o período cotado a R$ 4,05/maço, enquanto a escarola foi vendida a R$ 0,86/unidade.

O setor de diversos variou -4,16%, em contraste com a queda de 18,02% do mês anterior. Em relação ao mesmo período do ano passado, a variação foi de -3,44%. Com isso, o setor acumulou uma redução de -4,42% no ano e de 29,79% em 12 meses. Dos 11 itens cotados, 73% tiveram queda de preço. As maiores reduções foram observadas na cebola nacional (-17,53%) e nos ovos de codorna (-8,42%).

Mesmo com a redução de 1,1% na oferta da cebola nacional e de 4,4% da batata escovada, o mercado atacadista registrou queda nos preços desses produtos. No ETSP, a cebola nacional foi cotada a R$ 2,73/kg, enquanto a batata escovada fechou a R$ 4,94/kg. Para as demais variedades de batata, os preços foram de R$ 4,92/kg para a Asterix e a lavada, e R$ 4,83/kg para a outra variedade. Entretanto, chuvas no Sul do país, próximas ao fim do mês, podem provocar elevações de preços devido a restrições de oferta.

Por fim, o setor de pescados variou 2,12%, em contraste com a queda de 2,39% do mês anterior. Em relação ao mesmo período do ano passado, a variação foi de 4,30%. O setor terminou o mês com um acumulado de -1,52% no ano e de -0,23% em 12 meses. Dos 28 itens cotados, 50% apresentaram alta de preço, com destaque para a abrótea (+26,67%) e o polvo (+21,29%).

Apesar de um aumento na oferta de cerca de 9,0% em comparação ao mês anterior, esse fator não foi suficiente para conter os preços. A diminuição na oferta de espécies importantes, como robalo (-52%), tainha (-16%) e salmão (-11%), aliada ao aumento da demanda durante a ‘Semana do Pescado’, entre 1 e 15 de setembro, fez com que os preços do setor reagissem positivamente.

Fonte: Portal do Agronegócio

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