Publicado em: 25/10/2024 às 10:10hs
Em setembro, embora a disponibilidade de produtos nas prateleiras tenha se mantido, os preços do café e do feijão apresentaram elevações significativas. O café em pó, amplamente consumido pelos brasileiros, teve um aumento de 22% desde janeiro de 2024, enquanto a versão em grãos registrou um crescimento de 9%. O Índice de Ruptura da Neogrid, que mede a ausência de produtos nas gôndolas dos supermercados brasileiros, permaneceu estável em setembro, com uma taxa de 12,2%, a mesma observada em agosto de 2024. Este é o menor nível de ruptura geral dos últimos 13 meses.
Diferentemente do que ocorreu em agosto, quando houve um aumento no índice de ruptura para itens como arroz, café, feijão e ovos, setembro trouxe uma redução no índice. Contudo, os preços de arroz, feijão e café continuaram a subir. O café em pó, por exemplo, teve um aumento médio de 9,3% por quilo de agosto para setembro.
No que diz respeito ao café, o índice de ruptura manteve-se quase inalterado, passando de 11,5% em agosto para 11,4% em setembro, retornando aos patamares de julho. Apesar dessa estabilidade na disponibilidade, os preços seguem em ascensão. Em setembro, o café em pó apresentou um aumento médio de 9,3% em relação ao mês anterior. Desde o início de 2024, o preço do café em pó subiu 22%, enquanto o preço do café em grãos cresceu 9%.
Robson Munhoz, diretor de Customer Success da Neogrid, explica que "uma das principais razões para o aumento contínuo e significativo no preço do café é o impacto das mudanças climáticas nas plantações, especialmente em países como Brasil e Vietnã. Apesar da disponibilidade nas gôndolas, a atual redução da oferta internacional de café, somada à valorização do dólar, torna a venda ao mercado externo mais atrativa, diminuindo ainda mais a oferta disponível para o varejo brasileiro."
Ovos: Na categoria dos ovos, houve uma redução de 3,2% na indisponibilidade, retornando à estabilidade observada nos meses anteriores. O preço médio dos ovos caiu para R$ 10,55, o menor valor desde abril, após ter alcançado R$ 11,98 no mês anterior.
Feijão: O feijão registrou uma diminuição de 1,1% no índice de ruptura em relação ao mês anterior. Entretanto, os preços subiram: o feijão-preto aumentou 9%, enquanto o feijão-carioca cresceu 2%.
Arroz: O arroz apresentou um índice de 7,8% de indisponibilidade nas prateleiras dos supermercados, uma redução de 1,9% na comparação com agosto. Este é o segundo menor patamar dos últimos 14 meses, ficando atrás apenas de abril de 2024. Em relação ao mês anterior, o preço do arroz parboilizado aumentou 4,2%, enquanto o arroz branco registrou um crescimento de 3,4%.
Ruptura é um indicador que demonstra a porcentagem de produtos em falta em relação ao total de itens disponíveis em uma loja, considerando o catálogo completo. Por exemplo, se um varejo oferece 10 marcas de água mineral de 500 ml e uma delas está sem estoque, a ruptura desse produto é de 10%. O cálculo é baseado no mix de cada loja, sem considerar o histórico de vendas e independentemente da demanda. Ruptura também pode ocorrer quando um tipo de arroz, como o parboilizado, não está disponível, enquanto outros tipos permanecem em estoque. Neste contexto, "estoque" abrange todo o espaço físico do varejo, incluindo as gôndolas e áreas de armazenamento para produtos não expostos.
Fonte: Portal do Agronegócio
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