Publicado em: 10/11/2025 às 11:30hs
Na sexta-feira (7), os contratos futuros do açúcar encerraram a semana em queda nas bolsas internacionais, refletindo o aumento da oferta global. A consultoria Czarnikow revisou para cima a projeção de superávit global da safra 2025/26, que deve alcançar 8,7 milhões de toneladas, acima dos 7,5 milhões estimados em setembro.
No Brasil, a Conab também elevou a previsão de produção para 45 milhões de toneladas, impulsionada pelo bom desempenho das usinas nacionais. Já na Índia, a Associação Indiana de Fabricantes de Açúcar (ISMA) aumentou a estimativa de produção para 31 milhões de toneladas, um crescimento de 18,8% em relação ao ano anterior. Além disso, o país reduziu o volume destinado à produção de etanol de 5 milhões para 3,4 milhões de toneladas, o que deve ampliar a disponibilidade para exportação.
De acordo com o Indicador Cepea/Esalq (USP), o preço da saca de 50 kg de açúcar cristal foi negociado a R$ 107,16, com retração de 1,07% no mercado spot paulista.
Após as quedas registradas na semana anterior, o mercado iniciou a segunda-feira (10) em recuperação. Em Nova York, o contrato março/26 subiu 1,42%, para 14,30 centavos de dólar por libra-peso. O contrato maio/26 avançou 1,53%, cotado a 13,94 centavos, enquanto o julho/26 ganhou 1,17%, a 13,84 centavos.
Em Londres, o açúcar branco com vencimento em dezembro/25 registrou leve alta de 0,17%, sendo negociado a US$ 410,30 por tonelada.
Mesmo com a volatilidade dos preços, as exportações brasileiras seguem em ritmo forte. De acordo com levantamento da agência marítima Williams Brasil, 80 navios aguardavam para embarcar açúcar nos portos do país na semana encerrada em 5 de novembro, contra 86 na semana anterior. Os embarques programados somam 3,059 milhões de toneladas, ante 2,993 milhões na semana anterior.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a receita diária média obtida com as exportações de açúcar e melaços em outubro foi de US$ 75,864 milhões, com 22 dias úteis. O volume médio diário embarcado atingiu 191,1 mil toneladas, totalizando 4,2 milhões de toneladas exportadas no mês, o que gerou US$ 1,669 bilhão em receita — a um preço médio de US$ 396,90 por tonelada.
Na comparação com outubro de 2023, houve queda de 5,8% na receita diária e alta de 12,8% no volume exportado. Apesar do crescimento no volume embarcado, o preço médio recuou 16,5%, refletindo o cenário de maior oferta global e a consequente pressão sobre as cotações internacionais.
O mercado do açúcar segue atento ao comportamento das safras do Brasil e da Índia, além da demanda internacional e da dinâmica de estoques. Embora a recuperação recente indique espaço para ajustes positivos, o aumento da produção global tende a limitar altas mais expressivas nos preços nos próximos meses.
Fonte: Portal do Agronegócio
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