Logística e Transporte

Transporte ferroviário: preço mais baixo no frete de milho e da soja

O transporte ferroviário é uma das alternativas mais eficientes para o escoamento dos produtos do agronegócio brasileiro. Suas vantagens são muitas, sobretudo quando falamos em custo. No Mato Grosso, maior produtor de grãos do Brasil, 50% da produção é escoada pelos trilhos


Publicado em: 27/07/2021 às 19:40hs

Transporte ferroviário: preço mais baixo no frete de milho e da soja

Consideremos aqui uma tonelada de soja e o quanto custa para o produtor levá-la a partir de Sorriso (MT). Da distância entre aquele município mato-grossense e o Porto de Santos, cerca de 1.655 quilômetros são percorridos por ferrovia, a partir de Rondonópolis (MT). Em 2016, o produtor de Sorriso pagava R$ 175 por tonelada para percorrer o trecho ferroviário; já em 2020, paga R$ 130/tonelada. Estamos falando de uma redução de 26% em cinco anos. Mas, ao atualizarmos o valor monetário com base no IGP-M (Índice Geral de Preços -- Mercado) a redução chega a quase 50%: de R$ 294/tonelada para R$ 130/tonelada.

A queda do frete ferroviário é justificada em uma palavra: investimento. Nos últimos anos, o modal ferroviário recuperou seu protagonismo no coração do agronegócio brasileiro. Diversos investimentos foram feitos em material rodante, novos trilhos e dormentes, segurança e tecnologia. O investimento gera ganhos de escala, que reduzem o custo por tonelada transportada, diminuindo tempo de viagem e consumo de combustível. E isso é repassado para o produtor.

No Mato Grosso, o terminal de Rondonópolis ocupa hoje um papel de protagonismo, sendo o maior terminal de grãos da América Latina. Com capacidade para receber até dois mil caminhões, armazenar 150.000 toneladas e movimentar em média 80 mil toneladas por dia no auge da safra. Todos os dias, trens de 120 vagões carregados com até 11.500 toneladas de grãos partem em direção ao Porto de Santos, colocando o "produtor na porta do porto" e contribuindo diretamente para a exportação da safra brasileira.

Para se ter uma ideia da proporção entre a capacidade de transporte do modal ferroviário em relação ao rodoviário, o volume total transportado em um trem de 120 vagões que sai de Rondonópolis em direção ao Porto de Santos, é equivalente à capacidade média de 261 caminhões.

Diante desse contexto, planejar uma logística integrada é essencial para uma maior competitividade para o produto brasileiro no exterior. A ferrovia e a rodovia são modais complementares, com trens percorrendo grandes distâncias e os caminhões fazendo os trajetos curtos.

Eficiência da porteira para fora

Atualmente, em termos de frete para escoar soja e milho para a China, a ferrovia que conecta Rondonópolis ao Porto de Santos já é mais competitiva do que a média das cinco rotas pelas quais as três principais ferrovias norte-americanas movimentam esses mesmos produtos. O frete médio é 40% mais competitivo, enquanto o produtor brasileiro paga US$ 28/tonelada, o norte-americano desembolsa, em média, US$ 47/tonelada.

Modal sustentável

Além do custo e da capacidade de carga, a ferrovia também se destaca pela baixa emissão de poluentes. Enquanto um único trem emite 15 g de CO2, cinco caminhões emitem 100 g de CO2, números que reforçam o viés sustentável do modal com uma operação sete vezes mais eficiente do ponto de vista ambiental.

Outros diferenciais da ferrovia que devem ser considerados são a qualidade do serviço, a segurança da carga e a previsibilidade na chegada em trajetos de longa distância.

A RUMO é o Brasil nos Trilhos

A Rumo é uma das empresas que mais investem em infraestrutura no Brasil. Desde 2015, ano que assumiu a concessão, foram mais de R$ 13 bilhões, com previsão de mais R$ 17,5 bilhões até 2025 -- um total superior a R$ 30 bilhões num período de 10 anos. São quase 14 mil quilômetros de linhas férreas ligando as principais regiões produtoras com os principais portos, uma operação eficiente que permite movimentar 26% do volume de grãos exportados no país.

Fonte: Revista Ferroviária

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