Publicado em: 06/05/2025 às 17:30hs
O aumento no fluxo de milho foi o principal motor do aquecimento da logística da região Nordeste, especialmente no Estado da Bahia, onde o escoamento da soja e do milho continua em alta. A seguir, destacamos os principais fatores que influenciaram o transporte de grãos na Bahia, com foco nas variações nos fretes e no impacto do mercado externo.
O transporte de grãos na Bahia teve um desempenho variado, com destaque para o aumento do fluxo logístico na região Nordeste (Sealba), impulsionado pela maior comercialização do milho. A alta nas movimentações reflete a demanda crescente por grãos devido ao aumento no preço do milho, especialmente após a frustração da safra no Centro-Norte do Estado, que resultou na necessidade de abastecimento para pecuaristas e granjeiros.
Na região do Extremo Oeste, que integra o Matopiba, o escoamento da soja se manteve estável, com os grãos sendo direcionados aos portos. O fluxo logístico também se manteve equilibrado em Luís Eduardo Magalhães, onde o transporte de soja continuou intenso, complementado pelos fretes de retorno com fertilizantes.
Na praça de Irecê, os fretes se mantiveram estáveis, principalmente no transporte de mamona. Já em Paripiranga, os fretes registraram alta para todos os destinos pesquisados, refletindo a valorização do milho e a consequente movimentação do estoque da safra passada. O aumento no preço do grão estimulou os produtores a comercializarem o milho estocado em silos bolsa, uma ação necessária para o custeio do plantio da safra 2024/25.
O relatório da Conab aponta que a dificuldade de acesso ao crédito agrícola também tem pressionado os produtores, levando-os a utilizar recursos próprios para garantir o financiamento de suas atividades. Com a necessidade de capital para a nova safra, a comercialização do milho tem sido uma prioridade para muitos produtores.
No mercado externo, o desempenho das exportações do complexo soja, milho e algodão registrou uma queda de 4,9% em março, em comparação com fevereiro. Essa redução foi impulsionada principalmente pelas quedas nas exportações de algodão e milho, relacionadas ao término dos estoques da safra passada.
A soja, por outro lado, teve um bom desempenho nas exportações, com um aumento de 1,9% em março sobre fevereiro e de 13,4% em relação ao mesmo mês de 2024. A valorização do dólar e a supersafra explicam o bom desempenho da soja, que teve 94% de seu volume exportado pelo Porto de Salvador, com o restante escoado pelo Porto de São Luís.
As exportações de milho, no entanto, foram reduzidas, com um volume de apenas 7 toneladas exportadas, todas pelo Porto de São Luís. Já o algodão teve uma queda de 24% nas exportações em relação a fevereiro e uma redução de 15% em comparação com o mesmo mês de 2024. A diminuição nas exportações de algodão está relacionada ao esgotamento dos estoques e à antecipação das vendas devido à alta do dólar.
Em termos de destinos, 78% das exportações de algodão saíram pelo Porto de Santos, 18% pelo Porto de Salvador e 4% por outros terminais, segundo os dados da Conab.
O transporte de grãos na Bahia segue aquecido, com destaque para o milho e a soja, que continuam movimentando a logística da região. O aumento no preço do milho tem impulsionado a demanda interna, enquanto a soja segue como destaque nas exportações, beneficiada pela supersafra e pela valorização do dólar. A dinâmica do mercado externo, especialmente as quedas nas exportações de algodão e milho, também reflete as variações no fluxo logístico, enquanto a situação do crédito agrícola continua sendo um fator importante para o planejamento dos produtores.
Fonte: Portal do Agronegócio
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