Publicado em: 09/09/2025 às 14:30hs
O uso de tecnologias embarcadas em veículos agrícolas tem avançado de forma expressiva no Brasil, trazendo ganhos em segurança, precisão e conectividade. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), a expectativa é de que esse movimento impulsione ainda mais o desenvolvimento de novos maquinários voltados ao agronegócio já em 2026.
Esse avanço tem se consolidado com a utilização de rotogramas inteligentes e sistemas de navegação offline, que permitem traçar rotas dentro das propriedades rurais. Baseados em imagens de drones e georreferenciamento, esses trajetos são planejados previamente e transmitidos automaticamente aos veículos, sem necessidade de conexão à internet ou intervenção manual durante a condução.
Segundo a pesquisa SAE Brasil Caminhos da Tecnologia no Agronegócio, realizada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), 60% dos produtores rurais já enxergam a tecnologia embarcada como vital para suas operações.
O levantamento mostra ainda que, para os agricultores, a relevância desses sistemas já supera fatores tradicionais, como serviços de pós-venda e custos de aquisição, ocupando o terceiro lugar entre os temas mais importantes para fabricantes. Já entre os representantes da indústria, 38% compartilham dessa percepção.
Para Braulio de Carvalho, CEO da empresa mineira Maxtrack, que atua há mais de 25 anos no desenvolvimento de soluções para transporte, a demanda por dispositivos de monitoramento tende a crescer no setor rural.
Segundo ele, as tecnologias embarcadas atuam como verdadeiros copilotos digitais, oferecendo instruções em tempo real, alertas de desvios, orientação por voz e cálculo automático da velocidade ideal em curvas sinuosas. “Esses recursos são fundamentais para evitar acidentes, reduzir o consumo de combustível e otimizar as rotas, garantindo mais segurança e eficiência”, destaca.
Além de auxiliar os motoristas, os sistemas embarcados detectam comportamentos de condução, monitoram o consumo de combustível, identificam falhas mecânicas e previnem fraudes em cargas. Tudo isso é possível graças ao processamento de dados em tempo real aliado à inteligência artificial.
“O agronegócio entra em uma nova era, em que dados, IA e conectividade trabalham juntos para tornar o transporte mais sustentável e competitivo”, reforça Carvalho.
Outro fator que vem acelerando a adesão dessas tecnologias é a correção de sinal GPS por satélite, que garante precisão centimétrica nas operações. Isso permite que implementos agrícolas sigam exatamente o mesmo traçado, evitando desperdícios de insumos, combustível, horas de trabalho e mão de obra.
Além disso, soluções de monitoramento centralizado vêm ganhando espaço, permitindo acompanhar diferentes máquinas em tempo real, agendar manutenções preventivas e gerar relatórios operacionais que ajudam a reduzir paradas inesperadas.
Empresas como a Maxtrack já relatam resultados positivos a partir da adoção dessas ferramentas em frotas de grandes operadores e no transporte agropecuário em geral.
“Em um setor altamente competitivo, que precisa responder às demandas globais, a tecnologia embarcada não é apenas uma vantagem, mas um requisito essencial para produtividade e segurança nas estradas brasileiras”, conclui Braulio de Carvalho.
Fonte: Portal do Agronegócio
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