Publicado em: 30/05/2025 às 11:40hs
O Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quarta-feira (28), revela uma queda significativa nos preços do frete rodoviário para o transporte de grãos em diversas regiões brasileiras. A principal razão para essa redução está na menor movimentação das cargas, combinada com a alta oferta de prestadores de serviço no setor.
Com a soja praticamente toda colhida e o milho segunda safra com a semeadura concluída, o fluxo nas principais rotas de escoamento de grãos diminuiu. Esse cenário tem influenciado diretamente a demanda por transporte, provocando a queda nos valores dos fretes.
Apesar da movimentação logística mais reduzida no momento, as exportações seguem em ritmo acelerado. Em abril de 2025, as vendas externas de soja somaram 15,27 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 4% em relação a março. Os principais portos de embarque foram Santos (37,2%), Arco Norte (36,8%) e Paranaguá (14%). Os estados que mais contribuíram para essa exportação foram Mato Grosso, Goiás, Paraná e Minas Gerais.
O milho apresentou queda nas exportações em abril, com 0,18 milhão de toneladas embarcadas, contra 0,87 milhão em março. Mesmo assim, os números acumulados até abril indicam um crescimento anual, com 7,1 milhões de toneladas exportadas em 2025, frente a 6,1 milhões no mesmo período de 2024. Essa oscilação reflete ajustes no mercado interno e fatores da conjuntura internacional.
No transporte do milho, houve mudanças na participação dos portos. O Arco Norte diminuiu sua fatia para 25,9% do total, contra 43,7% no ano anterior, enquanto Paranaguá e Rio Grande ampliaram sua participação, alcançando 12,5% e 12,9%, respectivamente. Mato Grosso, Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul foram os principais estados exportadores do cereal.
No setor de subprodutos, as exportações de farelo de soja somaram 7,2 milhões de toneladas entre janeiro e abril, pouco abaixo das 7,3 milhões do mesmo período de 2024. A maior parte foi escoada pelos portos de Santos (44,4%) e Paranaguá (28,9%). As origens continuam concentradas em Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás.
O abastecimento de insumos também avançou, com as importações de fertilizantes chegando a 11,54 milhões de toneladas até abril de 2025, um aumento de 13% em relação ao ano anterior. O porto de Paranaguá lidera a entrada desses produtos, com 3,03 milhões de toneladas, seguido pelo Arco Norte (2,52 milhões) e Santos (1,60 milhão).
A edição de maio do Boletim Logístico mostra que a maioria das regiões apresentou queda nos preços do frete. O Distrito Federal registrou reduções expressivas, com quedas de até 19% nas rotas para Santos, Guarujá (SP) e Imbituba (SC). Outros estados com redução foram Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Bahia, embora em diferentes intensidades.
Já em Mato Grosso, os preços se mantiveram estáveis, refletindo uma demanda menor após a colheita da soja. Minas Gerais, Paraná e Piauí apresentaram estabilidade nos valores, com pequenas variações. Na Bahia, apesar do aumento da demanda, a entrada de caminhões de outras regiões pressionou os preços para baixo, mantendo apenas algumas praças no nível do mês anterior.
Publicação mensal da Companhia Nacional de Abastecimento, o Boletim Logístico reúne informações sobre o fluxo de cargas, principais rotas de escoamento, movimentação portuária e desempenho das exportações de grãos e insumos agropecuários nas principais regiões produtoras do Brasil.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias