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Paraná amplia exportações de proteínas animais e registra avanço na produção de amoras, aponta Deral

Boletim Conjuntural destaca recorde nas vendas externas de carne suína, expansão da fruticultura e redução nas áreas de arroz e etanol


Publicado em: 10/10/2025 às 10:40hs

Paraná amplia exportações de proteínas animais e registra avanço na produção de amoras, aponta Deral
Foto: Alessandra Detoni
Exportações e fruticultura ganham destaque na agropecuária paranaense

O Boletim Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (9) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), aponta crescimento expressivo nas exportações de proteínas animais e na produção de amoras no Paraná. O relatório também traz análises sobre a avicultura de postura, além das culturas de arroz e etanol, que apresentaram retração.

De acordo com o levantamento do IBGE, a produção de amora tem crescido de forma constante no estado ao longo da última década, enquanto o setor de carnes registra desempenho histórico, impulsionado pelo mercado internacional.

Produção de amora cresce 264% em dez anos

Segundo o agrônomo Paulo Andrade, do Deral, o Paraná se consolidou como um dos principais produtores de amora-preta do país. Em dez anos, a área plantada passou de 71 hectares para 117 hectares, e a produção saltou de 251 para 914 toneladas, representando um aumento de 264% até 2024. O Valor Bruto de Produção (VBP) da cultura atingiu R$ 10,4 milhões.

A Região Metropolitana de Curitiba concentra 34,9% da produção estadual, com 38 hectares e 319 toneladas. O município de Prudentópolis é o maior produtor individual, responsável por 28,9% da produção, seguido de Paulo Frontin, com 100 toneladas. Outras 60 cidades também cultivam a fruta.

Andrade destaca que as floradas intensas da estação, favorecidas pelo frio do inverno, devem garantir uma boa safra. No entanto, o técnico alerta para o risco de geadas tardias, que podem prejudicar a colheita.

Setor arrozeiro enfrenta retração e desafios ambientais

O Deral prevê redução na área cultivada com arroz irrigado, que deve passar de 18,4 mil para 17,9 mil hectares em 2025. Segundo Hugo Godinho, coordenador da Divisão de Conjuntura do Deral, a queda está relacionada aos preços baixos e às condições climáticas adversas.

“Os preços do arroz recuaram 45% em setembro frente ao mesmo mês de 2024, o que tem levado os produtores a reduzir as áreas de plantio, acompanhando uma tendência nacional”, explicou Godinho.

Além da desvalorização, as cheias do Rio Ivaí têm causado prejuízos nas duas últimas safras. O problema, segundo o técnico, está ligado à baixa cobertura florestal na região, onde a vegetação natural corresponde a apenas 19% da área, contra 29% da média estadual.

Godinho defende ações de recomposição da mata ciliar como forma de reduzir o impacto das enchentes, melhorar a permeabilidade do solo e evitar o assoreamento dos rios. Os principais municípios produtores de arroz no Paraná são Querência do Norte, Santa Isabel do Ivaí, Santa Mônica, Santa Cruz do Monte Castelo e Planaltina do Paraná.

Carne suína do Paraná atinge recorde histórico de exportação

O setor de proteínas animais manteve desempenho positivo em setembro. As exportações de carne suína do Paraná atingiram 25,2 mil toneladas, um aumento de 35,5% em relação ao mesmo período de 2024, conforme dados do Comex Stat/MDIC.

As Filipinas foram o principal destino, com 5,7 mil toneladas, seguidas de Vietnã (5,2 mil t) e Hong Kong (3,2 mil t). No acumulado do ano, Hong Kong segue como o principal comprador da carne suína paranaense.

“O Paraná consolidou novos mercados e vem se destacando pela qualidade de sua produção”, destacou Priscila Marcenovicz, veterinária do Deral.

O estado também registrou embarques expressivos para Uruguai, Argentina, Emirados Árabes Unidos, Geórgia, Costa do Marfim e Cuba, demonstrando a diversificação das exportações.

Exportações de carne bovina seguem em alta com apoio da China

As exportações brasileiras de carne bovina alcançaram 347 mil toneladas em setembro, movimentando US$ 1,9 bilhão. Apesar da redução das compras pelos Estados Unidos devido a tarifas mais altas, o volume foi absorvido por outros destinos, especialmente a China, que aumentou suas importações em quase 40%.

O veterinário Thiago de Marchi da Silva, do Deral, explicou que países vizinhos, como o Paraguai, também vêm ampliando suas compras de carne brasileira — um aumento de 90% entre janeiro e setembro de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024.

Paraná mantém destaque nacional na produção de ovos

O IBGE, por meio da Pesquisa Pecuária Municipal (PPM), apontou um crescimento de 8,6% na produção nacional de ovos em 2024, totalizando 5,4 bilhões de dúzias, o maior volume já registrado na série histórica.

O Paraná se manteve como segundo maior produtor do país, com 517,3 milhões de dúzias, alta de 4,9% em relação ao ano anterior. O estado fica atrás apenas de São Paulo, que responde por 26% da produção nacional, seguido por Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Espírito Santo.

O Valor Bruto de Produção (VBP) da atividade atingiu R$ 31,8 bilhões, reforçando a importância da avicultura de postura para a economia brasileira.

Fonte: Portal do Agronegócio

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