Publicado em: 10/10/2025 às 19:40hs
O mercado doméstico de soja registrou poucos negócios e dificuldades na formação de preços durante a última semana. A paralisação do governo americano, que suspendeu a divulgação de dados oficiais, manteve os operadores “no escuro”, enquanto o dólar em alta contribuiu para a valorização das cotações internas.
Os preços da saca de 60 quilos apresentaram variações regionais:
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), o contrato mais negociado para novembro fechou a US$ 10,13 3/4 por bushel, acumulando queda de 0,42% na semana. O shutdown nos EUA interrompeu a divulgação de dados críticos, como o levantamento de condições das lavouras do USDA, essenciais durante a colheita americana.
Embora o clima favorável tenha ajudado as lavouras, a ausência de informações oficiais aumentou a incerteza entre os operadores. Também não houve o relatório mensal de oferta e demanda, o Wasde de outubro, que deve ser retomado após a resolução da questão orçamentária americana.
Segundo o levantamento da Safras & Mercado, as exportações brasileiras de soja devem atingir 111 milhões de toneladas em 2026, contra 107 milhões previstas para 2025. A projeção considera o ritmo firme de embarques e a ocupação da janela de exportações, tradicionalmente americana, em meio às tensões comerciais entre Estados Unidos e China.
O analista da Safras, Rafael Silveira, ressalta que esses fatores sustentam o desempenho do setor. A consultoria também revisou levemente a projeção de esmagamento para 2026, de 58 para 59 milhões de toneladas, sem prever importações para o próximo ano.
“Mesmo com pequenas alterações nas projeções de esmagamento e exportações, os estoques de passagem de 2025 devem se manter confortáveis, refletindo o bom desempenho da safra e da demanda firme. A produção brasileira permanece estável diante das condições climáticas atuais”, complementa Silveira.
O mercado segue de olho nas negociações entre Estados Unidos e China, que podem impactar o fluxo internacional de soja. Recentemente, o ex-presidente Trump destacou que a soja será prioridade em conversas com Xi Jinping, o que reforça a atenção dos agentes sobre possíveis desdobramentos comerciais.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias