Logística e Transporte

Itaqui se destaca na exportação de soja em 2024, mesmo com quebra de safra nacional

Volume embarcado no porto maranhense cresceu 1 milhão de toneladas em relação a 2023, enquanto outros terminais registraram queda


Publicado em: 06/06/2025 às 10:50hs

Itaqui se destaca na exportação de soja em 2024, mesmo com quebra de safra nacional
Soja: Itaqui se consolida entre os maiores exportadores do país

O Porto de Itaqui, localizado no Maranhão, se firmou como um dos principais terminais exportadores de soja do Brasil em 2024. Mesmo diante de uma quebra de safra provocada por uma forte seca no ciclo anterior, os embarques no terminal cresceram e atingiram 13,94 milhões de toneladas – um aumento de 1 milhão de toneladas frente a 2023, ano em que o país colheu um volume recorde.

Com esse desempenho, Itaqui se tornou o segundo maior porto exportador da oleaginosa no país, atrás apenas de Santos (SP), segundo dados do Anuário Agrologístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgados nesta quinta-feira (5).

Avanço impulsionado por logística eficiente e "frete retorno"

O bom desempenho de Itaqui é atribuído, em parte, à crescente movimentação de fertilizantes no terminal. Esse fluxo permite a utilização do chamado "frete retorno", que reduz os custos logísticos para a exportação de grãos. O Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), operado por empresas como Amaggi, Louis Dreyfus e a independente CLI, também contribuiu para essa evolução.

Outros portos registram recuo nas exportações de soja

Enquanto Itaqui avançou, o Porto de Santos reduziu seus embarques de soja de 30,56 milhões de toneladas em 2023 para 27,96 milhões em 2024. Paranaguá (PR) também registrou queda, com 13,7 milhões de toneladas, assim como Barcarena (PA), que recuou cerca de 600 mil toneladas, totalizando 9,7 milhões.

Exportações totais de soja caem 3% no Brasil

No acumulado de 2024, o Brasil exportou 98,81 milhões de toneladas de soja, o que representa uma retração de 3% em relação ao recorde de 2023, quando os embarques superaram, pela primeira vez, a marca de 100 milhões de toneladas. A expectativa da Conab é de que esse recorde seja superado novamente em 2025.

Milho: exportações recuam em todos os portos

Diferente da soja, o milho enfrentou uma queda generalizada nas exportações em 2024. O volume total embarcado pelo Brasil caiu 28,8%, para 39,8 milhões de toneladas, reflexo direto das perdas provocadas por eventos climáticos na safra passada.

O Porto de Santos embarcou 16,7 milhões de toneladas de milho, contra 21,35 milhões em 2023. Já em Itaqui, a redução foi de aproximadamente 3 milhões de toneladas, totalizando pouco mais de 4 milhões. A seca que atingiu a região Norte prejudicou a navegabilidade das hidrovias, especialmente em Barcarena, que mesmo assim ficou na segunda posição, com 7,86 milhões de toneladas.

Arco Norte amplia participação nas exportações

Os portos do Arco Norte, que incluem terminais como Itaqui e Barcarena, continuam ganhando espaço na logística de escoamento de grãos do Brasil. A participação desses portos nas exportações de soja subiu de 31,7% em 2020 para 34,8% em 2024. No caso do milho, a fatia permanece em torno de 46%.

Segundo a Conab, esse avanço é resultado de investimentos em infraestrutura, como a expansão da malha ferroviária, maior uso das hidrovias na Amazônia e a proximidade com novas fronteiras agrícolas, como o Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

Farelo de soja segue concentrado no Sul e Sudeste

Apesar da diversificação logística no escoamento da soja em grão, a exportação de farelo da oleaginosa ainda se concentra nos portos de Santos e Paranaguá, responsáveis por 46,1% e 28,2%, respectivamente, do volume recorde de 23,13 milhões de toneladas exportado em 2024.

Importação de fertilizantes impulsiona operação no Arco Norte

A importação de fertilizantes pelos portos do Arco Norte cresceu 86,9% entre 2020 e 2024, enquanto Paranaguá – principal entrada individual do insumo no país – teve alta de apenas 5,8% no mesmo período. A Conab destaca que a localização estratégica e os investimentos em infraestrutura tornam o Arco Norte cada vez mais relevante.

No caso específico de Itaqui, a entrada em operação da pera ferroviária da Ferrovia Norte-Sul, construída pela VLI, otimizou a logística regional. Essa estrutura viabiliza tanto o embarque de grãos quanto o desembarque de fertilizantes, fortalecendo o modal ferroviário como elo crucial na cadeia agroexportadora brasileira.

Fonte: Portal do Agronegócio

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