Logística e Transporte

Importações em São Paulo seguem em alta e cinco estratégias podem reduzir custos, diz especialista

Estado lidera participação no comércio exterior, apesar da volatilidade cambial e dos custos logísticos elevados; tecnologia e regimes fiscais são aliados das empresas


Publicado em: 16/10/2025 às 10:00hs

Importações em São Paulo seguem em alta e cinco estratégias podem reduzir custos, diz especialista
Foto: Tecom Santos
São Paulo concentra mais de 30% das importações brasileiras

São Paulo manteve seu protagonismo no comércio exterior em 2024, concentrando mais de 30% das importações do país, segundo dados do Comex Stat, sistema oficial de estatísticas do governo federal. A tendência se mantém em 2025, mesmo com oscilações cambiais e o aumento dos custos logísticos.

Entre os produtos mais importados pelo estado e pelo Brasil estão:

  • Óleos combustíveis refinados: 5,8% do total
  • Automóveis de passageiros: 3,2%
  • Partes e acessórios de veículos: 3,1%
Custos logísticos pressionam empresas paulistas

Levantamento da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (ABOL) revela que os custos logísticos no Brasil chegaram a 18,4% do PIB em 2023, mais que o dobro da média global estimada pela OCDE.

Segundo Thiago Oliveira, CEO da Saygo, holding especializada em comércio exterior, câmbio e soluções tecnológicas, as empresas têm buscado alternativas para reduzir a pressão de custos em um cenário de dólar instável.

“Não é suficiente negociar preços. É preciso usar instrumentos de competitividade, como regimes fiscais que permitem redução de ICMS na importação ou o Drawback, que desonera insumos destinados à exportação”, afirma Oliveira.

Regimes fiscais e tecnologia como aliados

Oliveira destaca que a combinação entre regimes regionais e tecnologia oferece previsibilidade e segurança para operações de importação.

O Regime Especial de Alagoas proporciona tributação reduzida na entrada dos produtos, aliviando o fluxo de caixa do importador.

Sistemas tecnológicos permitem visão em tempo real das operações, desde câmbio até desembaraço aduaneiro, antecipando gargalos e evitando custos inesperados.

“Quem integra tecnologia e planejamento consegue prever custos, evitar surpresas e tomar decisões mais seguras”, complementa o CEO da Saygo.

Custo Brasil exige planejamento estratégico

De acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o chamado “Custo Brasil” — que inclui burocracia, infraestrutura e carga tributária — representa cerca de 20% do PIB nacional, equivalente a R$ 1,7 trilhão por ano.

Para Oliveira, enfrentar esses desafios demanda planejamento detalhado e estratégias que incluam diversificação de fornecedores, proteção cambial e utilização criteriosa de regimes fiscais.

Cinco medidas para reduzir custos nas importações

O especialista sugere cinco estratégias-chave para tornar as importações mais eficientes e competitivas:

  • Aproveitar regimes fiscais como Drawback e Regime Especial de Alagoas para reduzir tributos.
  • Planejar operações cambiais com hedge e contratos a termo para se proteger da volatilidade do dólar.
  • Mapear fornecedores alternativos e diversificar origens para reduzir dependência de um único mercado.
  • Digitalizar processos de câmbio, despacho aduaneiro e logística, evitando erros e multas.
  • Estruturar contratos internacionais com cláusulas flexíveis em prazos e preços.

“Importar não é apenas comprar mais barato. É gerenciar riscos em cada etapa, do câmbio à logística. Integrando tecnologia, planejamento e regimes fiscais, as empresas conseguem competir de verdade”, conclui Oliveira.

Fonte: Portal do Agronegócio

◄ Leia outras notícias
/* */ --